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Artistas do projeto CASCO apresentam obras em encontro online

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Artistas do projeto CASCO apresentam obras em encontro online Foto: Marcus Fabiano Gonçalves/Divulgação

Ao longo de quatro semanas, 12 artistas de 7 estados brasileiros viveram em pequenas comunidades no litoral norte do Rio Grande do Sul. Eles toparam o desafio de participar da primeira edição do CASCO – Programa de Integração Arte e Comunidade e criar obras de arte relacionadas às paisagens e à cultura da região.

Nesta sexta (5/3), às 17h, o público poderá conferir o resultado deste trabalho em uma live transmitida pelo YouTube.

Devido ao momento crítico da pandemia, ações artísticas realizadas em espaços públicos foram registradas em vídeos e fotografias para garantir a apresentação posterior à comunidade, sem aglomerações. Por isso, poucos viram a cena armada pela artista Lilian Maus na última sexta-feira: uma jangada em chamas flutuando na Lagoa dos Barros, em Osório. A ação, inspirada em uma lenda regional, integra o vídeo Ygápéba, do projeto Linhas Cruzadas, desenvolvido durante a imersão de Lilian no distrito de Passinhos (Osório).  

Em Sanga Funda, no município de Terra de Areia, o artista recifense Thiago Guedes também concluiu um trabalho na sexta-feira (foto à esquerda: Thiago Guedes / Divulgação Casco). Das margens do rio Cornélios, foi possível avistar uma canoa navegando e projetando letras na água: uma escultura em movimento ligando as Lagoas dos Quadros e Itapeva. 

Foto: CASCO/Divulgação

O rio também foi o tema do curitibano Arthur L. do Carmo, que realizou a performance A cada 100 passos uma pedra (As pedras nunca sorriram. E tu vais dizer que é passado), caminhando da BR-101 até o rio Cornélios. O percurso é como um retorno à história do município, que nasceu nas margens do rio e cresceu até a árida rodovia. Em outra obra, o artista filmou sua tentativa de reconstruir uma árvore, cortada e já morta. 

Daniel Escobar alugou uma sala comercial em Mariápolis, no distrito de Atlântida Sul, para exibir o trabalho Monumento: um projeto arquitetônico para transformar o maior prédio da orla, atualmente em ruínas, em um jardim. Na contramão da especulação imobiliária, o artista instigou a imaginação da população.

O paulista Daniel Caballero montou o Museu Passageiro do Artesanato Regenerativo do Banhado de Aguapés, um esforço para valorizar duas riquezas locais que correm risco de desaparecer: a vegetação e a artesania típica de Aguapés, um distrito de Osório.

Tomaz Klotzel, artista pelotense residente do Morro da Borussia, fez uma intervenção no caminhão de suínos que transcorre diariamente o centro turístico da Borussia rumo ao frigorífico. Para o seu trabalho, o artista pendurou uma faixa de 10 metros com a interrogação  “A matéria o que é?” no veículo. 

O porto-alegrense Dirnei Prates residiu no bairro Petrobras, distrito de Santa Luzia, em Osório. Usando imagens novas e de arquivo,  criou um conjunto de três vídeos (foto de Kim Costa Nunes). A obra questiona de que maneira a região foi afetada pela chegada da Petrobrás e sua promessa de modernização.

Instalada em Três Forquilhas, a catarinense Teresa Siewerdt criou uma série de imagens reveladas através da técnica de cromatografia. Em contato com o dia-a-dia de pequenos produtores rurais, Teresa registrou o solo de cada lavoura que visitou e coletou relatos que nos aproximam da relação entre o agricultor e sua terra. 

Ali perto, em Itati, Pablo Paniagua, natural de Giruá (RS), construiu uma escultura de cerâmica que alude ao Rio Três Forquilhas. Composta por pequenos módulos feitos a partir do barro recolhido nas próprias margens do rio, ela tem mais de cinco metros de comprimento.

As mineiras Carolina Cordeiro (Belo Horizonte, MG) e Charlene Bicalho (João Monlevade, MG) e a gaúcha Fabiana Faleiros (Pelotas, RS) travaram um diálogo com diferentes comunidades de Maquiné. Observando as diferenças entre as culturas ocidental e Guarani, Carolina criou um “objeto instalativo de purificação” para investigar as conotações da fumaça em cada universo. Charlene elaborou um vídeo junto aos moradores do Quilombo Morro Alto e o projetou à noite em uma fachada. O trabalho aborda noções de territorialidade e o histórico de lutas da região. Na Barra do Ouro, Fabiana realizou um conjunto de ações performáticas a partir da semente Lágrima de Nossa Senhora e sua simbologia.

  

sexta-feira, 05 de março de 2024 | 17h00

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