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Bate-papo com Lino Arruda marca lançamento da HQ “Monstrans: Experimentando Horrormônios”

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Bate-papo com Lino Arruda marca lançamento da HQ “Monstrans: Experimentando Horrormônios” Lino Arruda. Foto: Divulgação IC

A HQ Monstrans: Experimentando Horrormônios, do doutor em Literatura, ilustrador e quadrinista transmasculino Lino Arruda, é lançada nesta quarta-feira (28/7), às 20h, com bate-papo entre o autor e o produtor do projeto, Lui Castilho. A live acontece no Instagram @monstrans_hq e abre o cronograma de conversas na rede, sempre no mesmo horário, com participação de convidados diversos. 

Selecionado pelo Rumos Itaú Cultural 2017-2018, o livro pode ser adquirido no site do artista. Vinte por cento do valor arrecadado será doado para casas de apoio às pessoas trans de sete estados. A obra também conta com versões em inglês e espanhol. 

A primeira divisão do livro é a HQ Terapia de Conversão, na qual o autor reconta o que seria a história de origem de sua deficiência congênita nas pernas,  supostamente relacionada a um acidente de carro que sua mãe sofreu quando estava grávida.

Recombinando diagnósticos médicos e inventando outros – como hiperflexibilidade de sexualidade e disforia de espécie –, Arruda aborda a deformação física do próprio corpo nas tramas de masculinidade feminina e de lesbianidade que coloriam suas primeiras experiências. As memórias ilustradas recontam, com humor e ironia, como os tratamentos para desentortar as pernas, as ansiedades familiares, as aulas de balé e as desventuras românticas compõem o seu corpo monstruoso.

Segunda Natureza, a história seguinte, imagina a criação de pontes entre as experiências lésbicas e as transmasculinas, muitas vezes narradas como antagônicas nas biografias de pessoas trans. A narrativa se desenvolve com um tom surrealista, a partir da perspectiva de um personagem transmasculino que, ao se deparar com os privilégios da própria passabilidade cis-heterossexual, colapsa em uma alucinação de  memórias assombradas pela lésbica que ele já não é.

Na terceira HQ, intitulada Eu Ainda Fui, o autor ilustra a ocasião em que viu o avô pela última vez, em seu leito de morte no hospital. Surpreendido pelo fato de que o parente não era capaz de reconhecê-lo – devido as alterações provocadas pela testosterona –, e na contracorrente de seu desejo pela masculinidade, o personagem transmasculino evoca as memórias da infância e da adolescência, o histórico da filiação familiar e até mesmo seu documento de identidade antigo, com a esperança de poder se despedir do avô como neta que ele “ainda tinha sido”.

A partir do lançamento, Lino Arruda e Lui Castanho compartilham o processo de criação da publicação em uma série de lives marcadas para agosto, sempre às 20h, com convidados especiais. Para a primeira, no dia 4 de agosto, a participante é Amara Moira, travesti e autora de E Se Eu Fosse Puta (hoo editora, 2016). Com o tema Autobriografias trans, ela e Arruda conversam sobre linguagens e temporalidades dissidentes, baseados na parte três do livro, Eu Ainda fui.

No dia 12 de agosto, a convidada é a escritora, compositora, cantora e dramaturga Tatiana Nascimento, com o assunto Intersecções e limites de lesbianidade e transmasculinidade. Desta vez, o debate tem a história de Segunda Natureza como base. Cosmovisões da dissidência, tema inspirado na introdução de Monstrans, conta com as ideias de Geni Nuñez, ativista indígena guarani, na live do dia 19. Encerrando o ciclo de ações, no dia 25, Lino Arruda e a artista, escritora, designer e publicadora Diana Salu falam sobre Tecendo narrativas e desenhando personagens trans, com foco na primeira HQ, Terapias de conversão.

quarta-feira, 28 a 28 de julho de 2021 | 20h00

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