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Brenda Vidal reivindica a subjetividade da mulher negra em livro de estreia

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Brenda Vidal reivindica a subjetividade da mulher negra em livro de estreia Foto: Iasmin Schleder/Divulgação

Uma vontade de escrever que pinicava feito coceira das brabas. Foi essa urgência que fez a jornalista gaúcha Brenda Vidal perceber que as linhas que escrevia queriam ultrapassar as margens do jornalismo e se enveredar pelos caminhos da poesia. Buscou então a ex-professora de Redação da época de cursinho, a doutora em Literatura e membra do projeto educacional Fora da Asa – Experiências Plurais, Camila Alexandrini.

O único reencontro presencial foi em março deste ano, na semana anterior ao isolamento social vigorar na cidade de Porto Alegre. Do processo de escrita criativa por encontros onlines, um livro surgiu: este é Sujeita, obra de estreia de Vidal, que será lançada nesta sexta (4/12), às 20h, pelo selo literário gaúcho e independente Todas Escrevemos. 

O lançamento será marcado por uma live com a autora, a produtora executiva e fundadora da Todas Escrevemos Camila Alexandrini e com a realizadora do projeto gráfico do livro, fotógrafa e também fundadora da Todas Escrevemos Iasmin Schleder.

A transmissão acontece no canal  do YouTube da Fora da Asa.

Estou sujeita,

mas reivindico ser sujeita. 

Sou sujeita do meu destino. 

Teimosa, insurgente, 

determinada, urgente, 

subo 

sem que me deem permissão, 

movo as estruturas, 

and still I rise  – Maya Angelou que me disse”. 

São mais de 90 páginas recheadas de poesias com forte influência da estética poética contemporânea. O trabalho de mulheres no gênero é a influência predominante da autora, através de nomes como Ana Cristina César, Hilda Hilst, Luna Souto Ferreira, Tatiana Nascimento e Sónia Sultuane.

Compositoras e compositores da música brasileira também inspiram sua escrita; estão nessa lista Anelis Assumpção, Ava Rocha, Luedji Luna, Curumin, Luiz Melodia, entre outros.

Sua produção tem como inspiração a “escrevivência”, estética criada por Conceição Evaristo, e se guia por um jogo de transparências e neblinas, ora entregando-se em linhas confessionais, ora fazendo dos versos plataformas de seu corpo coletivo. Temáticas que se guiam pelo balé planetário da astrologia, pelo flerte com escritos eróticos, além de textos sobre o que a mulher negra está sujeita – à pobreza, à solidão, à hiperssexualização, ao racismo – e ao que mulher negra quer ser sujeita – aos afetos, apaixonamentos, desejos e reflexões. 

Desde o dia 26 de novembro, a obra está em fase de pré-venda. A primeira tiragem da obra disponibilizará uma tabela de preços a partir de R$ 35 para o público geral, além de pôster brinde com ilustração exclusiva para os que contribuíram com o valor máximo. Haverá um preço social de R$ 30, o qual apenas pessoas negras e/ou trans podem optar por.

Nas palavras da Isadora Silva, escritora baiana que assina o prefácio da obra, “Sujeita é sussurro, grito e gemido, uma leitura que te transforma”. 

Capa: Iasmin Schleder/Divulgação

sexta-feira, 04 de abril de 2024 | 20h00

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