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Galeria Ecarta abre exposição “Afeto Presente”

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Galeria Ecarta abre exposição “Afeto Presente” Obra de Mitti Mendonça "Tia Nilva"/Divulgação

A Galeria Ecarta apresenta o trabalho de duas jovens artistas na exposição Afeto Presente, que inaugura nesta quarta-feira (9/6). Mitti Mendonça e Ursula Jahn reconstroem sua ancestralidade pelo viés matriarcal como caminho para sobrevivência afetiva. Expressam em 21 obras em bordado e fotografia as mulheres de suas famílias a partir de sua pesquisa documental e oral, buscando compreender-se como indivíduo e como pertencimento coletivo. A mostra tem a curadoria da historiadora da arte, Mel Ferrari e estará aberta à visitação na Galeria Ecarta.

A mostra Afeto Presente prossegue até 11 de julho de terças a domingo, das 10h às 18h, com todos os protocolos sanitários.

A exposição dedica uma sala para cada artista na Galeria Ecarta. “São biografias únicas, assim, são duas exposições individuais dentro de uma mesma mostra”, conta a curadora que se dedica a temática de artistas mulheres. “Queria algo sobre histórias de família e sabia que elas tinham uma produção neste tema”, conta Mel Ferrari, que integra o grupo de pesquisa Mulheres nos Acervos, sobre a presença de mulheres nas coleções públicas de artes visuais em Porto Alegre. 

Fazendo interferências nos retratos de seus familiares, a artista têxtil e ilustradora Mitti Mendonça apresenta 10 obras com costura e bordado, técnicas que aprendeu com suas tias. Utiliza uma experiência coletiva herdada para subverter o uso cotidiano dos materiais, linhas e tecidos, mesclando-os com o desenho e fazendo uma releitura das fotografias de família. A construção dos retratos revela referências de matriz africana, presentes em toda sua produção.

A fotógrafa e artista visual Ursula Jahn mostra em 10 imagens e um vídeo uma narrativa ficcional que mistura relatos de familiares com seu inconsciente imagético para ressignificar seu sobrenome materno. Busca no ato simbólico de alteridade com sua mãe e irmã resgatar a história das mulheres de sua linhagem, como resistência afetiva sob o peso da estrutura patriarcal. Graduada em fotografia pela Unisinos, nascida em São Sebastião do Caí, reside em Montenegro onde desenvolve seu trabalho explorando questões como o lugar da mulher na sociedade, a percepção do corpo e a autoimagem.

“Essa forma de representação da figura feminina é antagônica aos cânones da história da arte, reafirmando uma contra narrativa que, ao mesmo tempo em que cultiva a memória, transborda o espaço privado para alçar outras dimensões públicas”, analisa a produtora cultural. Mel Ferrari atuou como curadora  de exposições no MARGS, Macrs, Instituto de Artes Visuais do RS, Instituto de Artes da Ufrgs e Pinacotecas da Prefeitura de Porto Alegre.

quarta-feira, 09 a 09 de junho de 2021 | 10h00 - 18h00

Galeria Ecarta (Avenida João Pessoa, 943 – Porto Alegre)

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