Abre nesta segunda (27/5), às 19h, na Pinacoteca Aldo Locatelli do Paço Municipal, a exposição A Xilogravura de Zoravia Bettiol: Restauração, Impressão e Visibilidade, que traz 40 obras em complementação de tiragem e reimpressões. As gravuras – inspiradas na literatura, na mitologia e na história – compõem um amplo painel do universo cultural, social, político, afetivo e intelectual vivenciado pela artista visual, que completa 84 anos em 2019. A gravura é uma das mais significativas expressões da obra de Zoravia Bettiol, artista multimídia que se expressa também por meio da pintura, do desenho, da arte têxtil, do design, de instalações e de performances. As obras em exposição fazem parte de nove das treze séries temáticas criadas por Zoravia ao longo de sua profícua carreira: Primavera (1964), Namorados (1965), Gênesis (1966), Circo (1967), Romeu e Julieta (1970), Iemanjá (1973), Deuses Olímpicos (1976), Kafka (1977), Os Sete Pecados Capitais (1987). Para o jornalista, crítico, curador e professor Eduardo Veras, a apresentação dessas estampas quase perdidas funciona também como uma síntese retrospectiva da produção xilográfica de Zoravia Bettiol: – As 40 gravuras que agora vêm a público trazem consigo, portanto, as marcas de pelo menos duas épocas distintas, combinadas sobre a mesma superfície de papel: a de sua concepção original e a de sua reconfiguração como obra. Leia o texto completo aqui. A exposição é a etapa final de um projeto financiado pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, por meio do Pró-Cultura RS / FAC – Fundo de Apoio à Cultura. Com duração de nove meses, o projeto traz uma iniciativa inédita de recuperação do valioso patrimônio xilográfico de Zoravia Bettiol, com a restauração de uma parte considerável das suas matrizes gráficas – são 160 peças restauradas, que possibilitaram a impressão e a exposição das gravuras. A equipe de restauração, sob a coordenação da artista, dedicou-se a limpar as placas, vedar falhas na madeira, unir pedaços e colar novas lâminas de madeira em trechos perdidos pela exposição à umidade, ao calor e às pragas. Esses trechos desaparecidos foram novamente gravados pela artista, em um minucioso resgate do desenho original. Também os trabalhos de impressão exigiram rigorosa recuperação da memória das cores utilizadas nas primeiras tiragens e foram produzidas pela artista visando a máxima fidelidade à paleta original. A critério da artista, na reimpressao de uma pequena parcela das gravuras foram feitas algumas modificações cromáticas. Para mostrar ao público todo esse trabalho, a exposição apresenta também algumas dessas matrizes restauradas e painéis contendo imagens e textos que registram o processo de restauro e impressão. Zoravia Augusta Bettiol nasceu em Porto Alegre, em dezembro de 1935, em uma família de ascendência italiana e sueca. Estudou no antigo Instituto de Belas Artes, formando-se em pintura em 1955. As primeiras xilogravuras da artista remontam a 1956, quando ela começou a frequentar o ateliê de Vasco Prado – com quem dividiria parte considerável da vida artística e afetiva. Zoravia começou a produzir em um inspirado momento da história da xilogravura brasileira que fez surgir grandes […]
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