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Peça inglesa “Cascavel” ganha primeira montagem brasileira

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Peça inglesa “Cascavel” ganha primeira montagem brasileira Foto: Enrique Espinosa/Divulgação

Os dados recentes mostram a atualidade do espetáculo Cascavel, escrito pela inglesa Catrina McHugh, em 2015, para colocar em cena os horrores do feminicídio. Dirigida por Sérgio Ferrara, a peça ganha sua primeira montagem brasileira, a partir do dia 29 de julho, pela plataforma Sympla, com as atrizes Carol Cezar e Fernanda Heras, que expõem os diferentes tipos de abuso possíveis em um relacionamento. Os ingressos são gratuitos, com possibilidade de contribuição solidária a partir de R$ 10.

As sessões, de quinta a domingo a qualquer horário, exibirão uma gravação do espetáculo realizada em julho no Teatro Poeira, no Rio de Janeiro. Baseada em histórias reais, a peça é patrocinada pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, MXM Sistemas e Serviços de Informática, Top Down Consultoria de Projetos, Carelink Consultoria em Saúde e Sistemas de Informática, Bedois Consultoria e Corretora de Seguros e Norte a Sul Corretora de Seguro, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS.

O espetáculo acompanha Suzy (Fernanda Heras) e Jen (Carol Cezar), e suas conturbadas relações com James (interpretado pelas duas atrizes), um homem que cerca e controla as mulheres em sua vida. Como uma cobra traiçoeira, com um veneno potencialmente mortal, ele começa a destruir a vida de cada uma. Elas falam sobre como conheceram James, e a mudança de comportamento dele à medida em que o relacionamento avançava. Suas histórias são muito parecidas. Aos poucos, James começa a controlar Suzy e Jen, afastando-as do mundo e fazendo dele, e de seu comportamento repressor e agressivo, o centro da existência das duas.

Cascavel foi originalmente desenvolvida como parte de um programa de treinamento para aumentar a conscientização de policiais da cidade de Durham, no nordeste da Inglaterra, local onde as mulheres não tinham voz. A lei do Reino Unido foi alterada em 2015 para tornar o controle coercitivo em relacionamentos um crime. É a primeira vez que o espetáculo é montado fora da Grã-Bretanha. Sem linearidade, com cenas que intercalam o passado e o presente, o texto é construído a partir de depoimentos das duas personagens.

“A peça detalha o comportamento de James com Suzy e Jen, as manipulações que levam as personagens a viverem com dúvidas e inseguranças e o desfecho desses relacionamentos. É importante lembrar que a violência que uma mulher sofre não termina quando o agressor é preso ou afastado. Ela, muitas vezes, tem que lidar com as sequelas daquela agressão ainda por um longo período. A gente quer que as espectadoras possam olhar para aquelas cenas e sentirem que têm voz.”, comenta a atriz Carol Cezar.

Segundo a Lei Maria da Penha (Lei n° 11.340, de 7 de agosto de 2006), existem cinco tipos de violência doméstica e familiar contra a mulher: física, psicológica, moral, sexual e patrimonial. A história de Cascavel mostra ao público diferentes maneiras que essa violência pode se manifestar e como afeta a vida das duas personagens. 

quinta-feira, 29 a 29 de julho de 2021

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