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Rochelle Costi no Museu do Trabalho

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Rochelle Costi no Museu do Trabalho
Passados 31 anos depois da sua última individual em Porto Alegre, a artista visual Rochelle Costi volta a expor na cidade. Com curadoria de Gabriela Motta, Passatempo será inaugurada neste sábado (20/10), às 19h, no Museu do Trabalho. A exposição segue até 23 de dezembro, com entrada franca. A mostra é um olhar para esse tempo que passou – mas um olhar de hoje, capaz de fazer rir e de emocionar. Essa mirada sobre sua trajetória lembra, sobretudo, que as conquistas sociais, culturais, humanistas, fazem parte de um processo em permanente negociação. É assim que, ao manipular registros, resíduos, amostras de obras desenvolvidas ainda no início de sua trajetória, a artista atribui aos trabalhos, por meio de seus novos formatos e contextos, significados outros, condizentes com o cenário político e cultural atual. No museu, quatro situações organizam a exposição. Em uma delas, talvez o trabalho que rege a mostra: um relógio enorme formado pelas letras da palavra Passatempo e tendo como ponteiro um taco de sinuca, marca com humor esse correr do tempo ora no sentido horário, ora no contrário. Além do relógio de letras, atravessando todos os espaços da instituição, vê-se um vídeo formado por fragmentos de trabalhos desenvolvidos por Rochelle em parceria com diversos amigos e artistas. Instalado sobre uma base giratória, essas imagens projetadas estão sempre encontrando e perdendo superfícies sobre as quais se fixar. Aproximam-se da própria imagem que pode se fazer da ideia de memória, fugidia e editada, permanentemente reescrita pelo tempo. Na entrada da exposição está um antigo armário de secagem de filmes, parte do acervo do Museu do Trabalho que pertencera à histórica Cinegráfica Leopoldis-Som, que serve como dispositivo para uma série de contatos fotográficos, negativos – estes do acervo da artista -, todos habitados por personagens, lugares e lembranças da cidade. Por fim, um dos trabalhos da mostra faz referência à obra Ser Um, de 1987. Essa imagem, agora uma cortina translúcida que ocupa a totalidade de uma das paredes do museu, retrata o performer João de Deus vestindo um traje que lembra um lagarto. Na fotografia vê-se ao fundo a Usina do Gasômetro – na época, uma edificação fechada e indefinida quanto ao seu uso. Tombada como patrimônio histórico e cultural no início daquela década, ainda em 1987 debatia-se sobre o seu destino: transformar-se no Museu do Trabalho ou em um centro de formação de mão de obra. Hoje, 2018, a usina está novamente fechada já há dois anos, no centro de uma discussão sobre sua restauração que, com sorte – ou engajamento – terá início antes de sua total deterioração. Ter a sab das 13h30min às 18h30min

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