Andressa Cantergiani realiza projeto tendo como objeto o MARGS fechado e em obras
Foto: Edu Saorin/Divulgação
Durante o período em que o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) encontra-se em reforma, a artista Andressa Cantergiani desenvolve uma pesquisa de investigação artística no contexto da instituição fechada.
Intitulado Felina, o projeto nasce de um impulso animista & performativo em reação ao aviso “o museu está em obras”, o qual leva a artista a especular sobre os processos de transformação político-estrutural que as instituições de arte vem atravessando em tempos recentes uma resposta às lutas identitárias e aos movimentos decoloniais — aliás, uma luta encampada pelo MARGS em seus anos recentes.
A reforma no Museu começou em janeiro de 2021 e tem previsão de término para setembro de 2021.
Felina é inspirado nos gatos que salvaram o Hermitage —o maior museu da Rússia— do ataque dos ratos em 1745. À época, a imperatriz Petrovna emitiu um decreto para que 30 felinos fossem deixados no museu à noite para proteção do acervo e das galerias.
O projeto possui acompanhamento crítico-curatorial de Bernardo José de Souza, o qual deve virar uma mostra individual da artista em Berlin, Porto Alegre e Madrid, produzida por Jaqueline Beltrame. A museografia é de Edu Saorin, e embora pensada originalmente para o espaço físico da instituição, poderá ser transposta para o espaço virtual conforme o andamento da pandemia de Covid-19.
Além da criação de micro performances que serão retratadas em vídeos e fotografias, a artista está a um só tempo registrando esse momento histórico da reforma do museu em vídeos, fotoperformances, gifs e convertendo objetos em instalações. Assim como em Avesso, projeto realizado em parceria com o artista Maurício Ianês na Fundação Iberê Camargo em 2018, Felina pretende criar esculturas performativas com os resíduos deixados pelo MARGS durante a reforma, gerando uma discussão em site-specific sobre as entranhas, engrenagens e bastidores do museu.
