Daniel Melim apresenta “Reconstrução” na Fundação Iberê
Neste sábado (7/8) a Fundação Iberê inaugura a mostra Reconstrução, do artista Daniel Melim. Com curadoria de Miguel Chaia e co-curadoria de Baixo Ribeiro e Laura Rago, a exposição reúne 12 obras recentes – incluindo peças de grande formato, como um mural de 8,5 metros de largura – que mesclam elementos da pintura, da arte urbana, do cinema e das histórias em quadrinhos.
Melim nasceu em 1979, em São Bernardo do Campo (SP), cidade onde reside e que reverbera em sua produção. “O território é muito importante na construção do diálogo com a minha obra. São Bernardo do Campo faz parte da história política recente do Brasil. Meu pai era metalúrgico, minha mãe era professora, eu tinha tios ativistas, e isso refletiu no trabalho”, conta o artista.
Aos 13 anos, Melim começou a frequentar a primeira pista de skate construída na cidade. No ambiente protagonizado pelo pixo e pelo grafite, conheceu a técnica do estêncil, que viria a se tornar marcante em seus trabalhos. Não à toa, o cotidiano urbano é elemento fundamental de sua produção e espaço onde algumas de suas obras se inserem, como o Mural da Luz (2011), localizado nas proximidades da Pinacoteca de São Paulo, com cerca de 30 metros de altura por 20 de largura e pintado pelo próprio artista.
“Suas pinturas estão impregnadas por situações e personagens urbanos que circulam nas grandes metrópoles: trabalhadores, donas de casa, crianças, anônimos diversos, entre outros tipos humanos. São figuras retiradas tanto da observação do real quanto do imaginário simbólico disseminado pela indústria cultural na sociedade”, descreve Chaia em texto curatorial da mostra.
Esse repertório simbólico inclui as histórias em quadrinhos e a linguagem cinematográfica. “O plano sequencial conta muito para a construção da narrativa. É algo que tento trazer para a minha pintura, fragmentando planos”, conta o artista, ressaltando o procedimento de montagem que caracteriza seus trabalhos.
Na leitura da curadora Laura Rago, “ao aproximar suas obras do universo das histórias em quadrinhos e do movimento da pop art, que transitam entre a alta cultura e a cultura de massa, Melim, por meio de suas técnicas de desenho e de construção de narrativas, captura os aspectos desse contraste histórico, determinando assim sua identidade artística atual”. “Tal aproximação permitiu ao artista fragmentar os planos de suas imagens, de sua visão da realidade e de seu território para melhor expressar a si mesmo e a sociedade”, completa Rago.
Em paralelo à montagem de Reconstrução, Melim está desenvolvendo uma série de gravuras no Ateliê de Gravura da Fundação Iberê, coordenado pelo artista Eduardo Haesbaert – que também expõe no museu. “Começamos a conversa por telefone, mas não quis trazer nada pronto. Estamos desenvolvendo um processo de gravura aplicando spray sobre a chapa de metal para depois fazer a transferência pela prensa”, conta Melim.
No sábado (7/8) da abertura da exposição, Daniel participa do bate-papo Encontro com Artista, às 16h, no auditório da Fundação Iberê, com capacidade limitada em 50% em virtude da pandemia.
Exposição “Reconstrução”, de Daniel Melim
Em cartaz até 31 de outubro
Visitação: quinta-feira das 14h às 18h, por ordem de chegada, conforme lotação máxima. De sexta-feira a domingo das 14h às 18h, mediante agendamento pela Sympla. Na quinta a entrada é gratuita. Nos demais dias, o ingresso inteiro individual custa R$ 20,00 (+ R$ 2,60 taxa), com meia-entrada para estudantes, idosos até 65 anos e profissionais da saúde. O museu conta com opção de ingresso para 2 pessoas, com preço de R$ 30,00 (+ R$ 3,90 taxa).
Protocolos: capacidade máxima de 24 pessoas por horário, verificação de temperatura na entrada, sentido único de circulação, higienização das mãos e sapatos e distanciamento mínimo de 2 metros.
sábado, 07 de março de 2024 | 14h00
Av. Padre Cacique, 2000