Artes Visuais | Notas

Marilice Corona no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro

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Marilice Corona no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro
O Museu Nacional de Belas Artes recebe a exposição Entre o Acervo e o Estúdio, da artista gaúcha Marilice Corona. Ao todo são 32 obras que apresentam a autorreferencialidade na arte, exibindo cenas onde os artistas estão criando seus quadros ou pessoas visitando galerias e museus. – Meu interesse sobre o tema da representação do ateliê do artista é mais uma das possíveis estratégias para falar da autorreferencialidade na pintura. A autorreferencialidade e os procedimentos metapicturais são assuntos que me interessam há muito tempo. Muito me interessam os mecanismos da representação. Cada imagem dentro de outra imagem tem um porquê de estar ali – conta a artista. Marilice criou instalações que reúnem pinturas de sua autoria, dialogando com obras do acervo do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli e do Museu Nacional de Belas Artes. Na instalação A História da Arte, Marilice homenageia Edson Motta, um dos pioneiros da restauração no país. Ele foi professor de teoria, técnica e conservação da pintura na UFRJ entre os anos de 1945 e 1980, e também foi autor de livros essenciais para a formação da artista, como por exemplo o livro Iniciação a Pintura, de 1976. Essa instalação se conecta com a história pessoal da artista e a história da arte. Na instalação Iniciação, a artista traduz uma série de comentários sobre a formação do artista. Suas referências, seus documentos de trabalho, desejos, impasses e heranças. – Penso nesse espaço do ateliê como uma alegoria do espaço de pensamento. Mas um espaço de pensamento em que razão e sensibilidade estão interligados, e não separados. A pintura promove isso em seu processo de criação. É um pensamento de outra ordem. O ambiente do ateliê pode trazer muitas pistas, muitas imagens e objetos que constroem novos sentidos – reflete Marilice, ressaltando que com a presença do pintor ou não, a representação é uma alegoria do próprio processo de criação, da origem do trabalho do artista. O espectador, como um voyeur, aproxima-se, espia e adentra as imagens e a intimidade do pintor, se conectando com tudo o que o cerca: “O cenário de produção oferece pistas sobre o contexto no qual o pintor está inserido. Tudo está nos detalhes”. Marilice Corona iniciou sua carreira na década de 1990 e desde 2005 realiza projetos que tem como tema o próprio espaço onde as obras são apresentadas. Além de artista, Corona é professora de pintura. O MNBA fica na Avenida Rio Branco, 199, no Centro do Rio. A mostra permaence aberta ao público até 1 de dezembro, com ingresso no valor de R$ 8 (inteira).

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