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Três (ou mais) perguntas para Chico César

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Três (ou mais) perguntas para Chico César
Nesta quinta (21/5), às 21h, Chico César realiza uma apresentação musical na live No Meu Canto, promovida pelo Instituto de Cultura da PUCRS. Sempre às quintas, à noite, as apresentações ocorrem via o perfil @pucrscultura na rede social Instagram. Um dos grandes nomes da música brasileira contemporânea, Chico César é cantor, compositor, jornalista e escritor. Artista ativista, o paraibano já lançou nove discos – o mais recente é O Amor É um Ato Revolucionário (2019). Na entrevista exclusiva a seguir, Chico fala sobre os desafios para os artistas em tempos de pandemia, explica sua ligação com a música sulista e se posiciona a respeito da onda de conservadorismo e autoritarismo que varre atualmente o Brasil: “Eu defendo o impedimento do atual presidente da República, mas eu sou só uma voz”. Você musicou recentemente o poema Inumeráveis, de Bráulio Bessa, que cita nomes de vítimas da pandemia do novo coronavírus, em geral reduzidas a meras estatísticas. Como você acha que os artistas podem se manifestar e contribuir neste momento tão grave que estamos passando com a crise do Covid-19? Primeiramente, eu acho que os artistas não são um bloco, eles não agem como se fossem uma coisa só. O próprio meio científico, os médicos, estão divididos. Há uma ala que defende o uso de hidroxicloroquina combinado com azitromicina, já outra ala não. Os artistas devem sobreviver, como todos os outros profissionais. Há algumas formações de coletivos, associações temporárias que estão buscando formar fundos comuns para atender os mais necessitados de nós. Acho que essas ações são as mais importantes. Cada um de nós, artistas, conforme a sua formação, inspiração e seu estado de espírito, vai dar uma resposta estética, trazendo isso para o seu trabalho. Não vejo isso como uma obrigatoriedade, não! Seu mais recente álbum, O Amor É um Ato Revolucionário, é um disco-manifesto lançado no segundo semestre do ano passado. Você já está preparando um novo trabalho com músicas inéditas? Eu não tenho nenhum projeto para depois da pandemia. Acho que são irreais os projetos que alguém possa ter. Primeiro, nós não sabemos se vamos sair, como iremos sair ou quando iremos sair. Eu tinha projetos antes da pandemia, que tenho a ilusão de que posso tocá-los depois. O show do Amor É um Ato Revolucionário, quero voltar a excursionar e aglomerar, e tenho um projeto de show com Geraldo Azevedo, o VIOLIVOZ. Tudo isso é utópico. Está no plano do desejo. Não sabemos o que de fato irá acontecer. Você tem uma grande legião de fãs aqui no Sul, inclusive entre artistas do nível de Vitor Ramil, com quem já dividiu shows, projetos e parcerias. Por outro lado, você declarou ter sido influenciado por nomes como a banda Almôndegas e confessou uma paixão juvenil por Mary Terezinha, a companheira de Teixeirinha. Comente um pouco sobre essa sua ligação com os gaúchos, por favor. Eu tenho uma ligação afetiva com que acho que deve ser algo que vem da música rural do Sul. Eu sou da zona rural do […]

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