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Abraccine elege os 100 melhores filmes do cinema fantástico brasileiro

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Abraccine elege os 100 melhores filmes do cinema fantástico brasileiro Foto: Abraccine/Divulgação

Produção que inaugurou o gênero de horror no Brasil e trouxe ao mundo o personagem Zé do Caixão, À Meia Noite Levarei sua Alma (1964) foi eleito o melhor filme do cinema fantástico brasileiro, de acordo com levantamento inédito feito pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine).

A pesquisa, realizada com especialistas e críticos de cinema, comprova a importância do cineasta e ator José Mojica Marins para a construção do cinema de gênero no país, rompendo diversas barreiras ao gestar um anti-herói 100% brasileiro e reverenciado mundo afora.

A filmografia de Marins, apesar das muitas dificuldades que o realizador enfrentou ao longo de mais de cinco décadas, especialmente em relação à censura e à falta de apoio governamental, está fortemente presente na lista de 100 melhores filmes do cinema fantástico.

Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver (1967) ocupa a segunda posição; Ritual dos Sádicos (1969), em décimo; O Estranho Mundo de Zé do Caixão (1968), em 11º; Encarnação do Demônio (2008), o último longa de Marins, em 17º; e Exorcismo Negro (1974), em 30º.

A lista também inclui episódios dirigidos por Marins em filmes coletivos, caso de Trilogia do Terror (1968), dividido com Luiz Sergio Person e Ozualdo Candeias, que ganhou a 25ª posição, e de As Fábulas Negras (2015), com Joel Caetano, Petter Baiestorf e Rodrigão Aragão, na 57ª.

Trezentas e oitenta e nove produções de diversas épocas e metragens foram citadas na pesquisa da Abraccine, a primeira no Brasil a envolver o cinema fantástico, que abrange o tripé fantasia, ficção-científica e horror. O levantamento servirá de base para uma publicação com ensaios dedicados a cada um dos 100 melhores, além de artigos históricos.

A dupla Juliana Rojas e Marco Dutra, que, na última década, vem se especializando no horror ligado a tensões sociais, emplacou dois filmes no top cinco, com As Boas Maneiras (2017), na terceira colocação, e Trabalhar Cansa (2011), na quinta.

Em dupla ou individualmente, Rojas e Dutra tiveram outros longas e curtas na lista: O Duplo (2012), em 14º lugar; Quando Eu Era Vivo (2014), em 16º; Sinfonia da Necrópole (2014), em 50º; e Um Ramo (2007), em 69º.

Em quarto lugar aparece As Filhas do Fogo (1978), de Walter Hugo Khouri. O mestre paulista também teve um filme na oitava posição, com O Anjo da Noite (1974), na 34ª, com Estranho Encontro (1958) , e na 44ª, com Amor Voraz (1984).

Além destes, têm também presença expressiva na lista Rodrigo Aragão, com cinco filmes, Gabriela Amaral Almeida e Jean Garrett, com quatro cada.

A fantasia melhor colocada é Filme Demência (1986), de Carlos Reichenbach, em sexto. Já a ficção-científica mais votada é Branco Sai, Preto Fica (2014), de Adirley Queirós, em 19º.

Organizado por Gabriel Carneiro e Paulo Henrique Silva, o livro Cinema Fantástico Brasileiro – 100 Filmes Essenciais será publicado no final do ano, pela editora Letramento. A publicação foi antecedida por outras quatro obras de formato semelhante – 100 Melhores Filmes Brasileiros, Documentário Brasileiro – 100 Filmes Essenciais”, Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais e Curta Brasileiro – 100 Filmes Essenciais.

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