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“Breve História do Planeta Verde” lembra que os alienígenas estão entre nós

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“Breve História do Planeta Verde” lembra que os alienígenas estão entre nós Embaúba Filmes/Divulgação

Combinando elementos fantásticos e de road movie, o filme argentino Breve História do Planeta Verde (2019), de Santiago Loza, chega aos cinemas nesta quinta-feira (1º/12). Coprodução com o Brasil, o longa recebeu no Festival de Berlim o Teddy Award, prêmio conferido a filmes com temática LGBTQIAP+, além do Readers Award.

Loza, que também assina o roteiro, conta que o filme nasceu da vontade de juntar um certo imaginário do cinema pop com outros de um viés mais pessoal: “Queria fazer uma espécie de road movie com personagens um tanto feridas, com um elemento fantástico. A princípio, surgiu a imagem de três amigos carregando o corpo de um alienígena por uma floresta. Esse foi o gatilho. Eles têm que cumprir uma missão, encontrar um destino para aquele ser”.

O filme acompanha Tania (Romina Escobar), Daniela (Paula Grinszpan) e Pedro (Luis Soda), que encontram um alienígena deixado pela avó de Tania antes de morrer na casa onde morava em uma cidadezinha do interior da Argentina. Os três amigos de infância partem então a fim de realizar o último desejo da idosa: levar a criatura ao lugar onde foi encontrada.

Mulher trans, Tania e seus companheiros embarcam em um jornada que não é apenas geográfica: na viagem com o extraterrestre moribundo, o grupo depara com lugares e pessoas do passado em comum – evocando assim lembranças, traumas e episódios responsáveis por levá-los até ali e despertando em todos o desejo de transformação. Ao se unir, o trio forma uma espécie de família substituta – tão estranha e incompreensível à sociedade convencional quanto o ser espacial que carregam consigo.

Embaúba Filmes/Divulgação

“O roteiro foi escrito para os três protagonistas principais, cujo trabalho conheci no teatro de Buenos Aires. No caso da Romina, eu queria trabalhar com uma atriz trans, quando nos conhecemos. Juntei os três, escrevi o roteiro pegando algumas características da vida de cada um. O resto eu inventei, com base na história que se conta”, explica o diretor e roteirista, acrescentando que o filme foi rodado em um lugar remoto da Patagônia.

Para a criação do E.T. – que tem o tamanho de uma criança, cor roxa e grandes olhos pretos –, Loza conta que se baseou no imaginário infantil para criar uma figura que não tem nada de perigosa, parecendo mais com um recém-nascido: “Essa criatura também tem um pouco de humor, a aparição, a forma de resolver o efeito. A precariedade do efeito pretendia produzir uma certa poesia. Todo o filme tem algo de uma história, de uma pequena fábula”.

Segundo o cineasta, diversos gêneros cinematográficos convivem em Breve História do Planeta Verde: “Há também alguma comédia, melodrama. É um filme que está em estado de mutação, que muda à medida que avança. A ideia era pegar esses elementos e fazê-los coexistir. Acho que algo emocional acaba vencendo o que acontece no final da jornada. Uma espécie de mágica que acontece na união desses personagens”.

Embaúba Filmes/Divulgação

Breve História do Planeta Verde: * * *

COTAÇÕES

* * * * * ótimo     * * * * muito bom     * * * bom     * * regular     * ruim

Assista ao trailer de Breve História do Planeta Verde:

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