A simpática comédia italiana Cidadãos do Mundo (2019) entra em cartaz nos cinemas do país nesta quinta-feira (9/9). O filme tem direção, roteiro e atuação de Gianni Di Gregorio, roteirista do aclamado drama policial Gomorra (2008) e realizador da deliciosa comédia dramática Almoço em Agosto (2008). O longa recebeu neste ano o David di Donatello, principal premiação do cinema italiano, na categoria de Melhor Roteiro Adaptado.
Em Cidadãos do Mundo, dois aposentados morando em Roma resolvem tentar a sorte em outro país, onde acreditam que seus parcos proventos podem lhes proporcionar uma existência mais confortável do que na Itália: o Professor (Di Gregorio), que ensinou latim e grego toda a vida, e Giorgetto (Giorgio Colangeli), um tipo que nunca gostou muito de trabalhar e que vive de um auxílio do estado. Junta-se à dupla em seu projeto de partida o boêmio Attilio (Ennio Fantastichini), vendedor de antiguidades que está ansioso para experimentar uma aventura.
Mas mudar para onde? Esta é a primeira pergunta – e talvez já seja demasiada. Enquanto formula um plano de fuga, o trio revisita em uma semana lugares como o bar e o restaurante preferidos, reúne-se com a família, tenta levantar dinheiro para a viagem – tudo isso sob o calor do verão romano. À medida que as páginas voam no calendário em direção à data de partida, cada um desses homens veteranos deve reavaliar o valor dos prazeres corriqueiros do dia a dia e os confortos confiáveis de uma vida modesta em casa – a parte mais difícil de ir embora ainda é partir.
Como nos outros filmes escritos por Gianni Di Gregorio, as conversas e os afetos em Cidadãos do Mundo orbitam em torno da mesa, entre refeições e bebidas, pratos e copos. Mesmo sonhando com lugares exóticos e fartura, esse adorável “exército brancaleone” parece não querer abandonar o mundo prosaico e familiar com o qual está acostumado – e que, no final das contas, lhes confere o sentido de pertencimento.
Comédia mais de sorrisos do que de risadas, Cidadãos do Mundo encanta pela simplicidade da história, pelo despojamento da realização e por sequências inspiradas como uma desastrada aula de português – os três aspirantes a imigrantes decidem-se por se mudar para as ilhas de Açores – e pela enumeração de prós e contras em se mudar para determinados países proferida com rigor científico por um idoso acadêmico (Roberto Herlitzka).
Cidadãos do Mundo: * * * *
COTAÇÕES
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