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Poucas vezes no cinema o talento e a canastrice de Nicolas Cage foram tão bem exploradas ao mesmo tempo quanto em Renfield – Dando o Sangue pelo Chefe (2023). Na pele pálida do Conde Drácula, o ator ajuda a alavancar a história de seu servo, que se revolta contra o mestre nessa divertida comédia de terror assumidamente camp.
No longa dirigido por Chris McKay – de Lego Batman: O Filme (2017) e A Guerra do Amanhã (2021) –, o ex-advogado Renfield (Nicholas Hoult) decide deixar seu trabalho secular como capanga do Príncipe das Trevas quando começa a frequentar um grupo de apoio. O serviçal do célebre vampiro encontra uma nova oportunidade de vida na moderna Nova Orleans depois que seu caminho se cruza com o da incorruptível e mal-humorada guarda de trânsito Rebecca Quincy (Awkwafina).
A policial está empenhada em desbaratar a quadrilha de traficantes comandada pela família Lobo – mesmo não contando com o apoio de seus companheiros de farda, quase todos comprometidos com os bandidos. Juntos, Renfield e Rebecca enfrentam tanto a gangue liderada pela impiedosa vilã Bellafrancesca (Shohreh Aghdashloo) quanto a insaciável sede de sangue do narcisista Drácula.
Um dos méritos de Renfield é não se levar a sério e brincar com os clichês dos filmes B de terror, abusando das cenas violentas com banhos de sangue exagerados. Decalcado da clássica figura de Bela Lugosi – o filme inclusive reproduz cenas do clássico Drácula (1931), de Tod Browning –, Cage visivelmente se deleita em cena com sua atuação exagerada e teatral.
Ainda que o ritmo narrativo seja irregular, especialmente nas sequências mais dramáticas, Renfield – Dando o Sangue pelo Chefe acerta ao desenvolver no roteiro ideias inusitadas e irônicas como a de fazer com que o sorumbático protagonista desperte a autoestima e o inconformismo motivado por frases, pensamentos e lugares-comuns de autoajuda.
Renfield – Dando o Sangue pelo Chefe: * * * *
COTAÇÕES
* * * * * ótimo * * * * muito bom * * * bom * * regular * ruim
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