
Mais importante cineasta iraniano da atualidade, Jafar Panahi está proibido desde 2010 pelo governo de filmar e de deixar o país depois que afrontou os líderes políticos e religiosos. Prêmio Especial do Júri no Festival de Veneza de 2022, Sem Ursos (2022) é mais um longa em que o diretor e roteirista rodou na clandestinidade.
Interpretando a si mesmo, Panahi aparece isolado em um vilarejo do interior do Irã e, mesmo com uma internet precária, dirige a história de um casal que tenta imigrar ilegalmente para a Europa. Ao mesmo tempo, ele se vê em meio a uma discussão da comunidade sobre um casamento arranjado entre dois jovens.

As duas histórias de amor distintas de Sem Ursos são contadas paralelamente. Em ambas as tramas, acompanha-se a frustração dos parceiros, causada por diversos obstáculos ocultos e, por vezes, até mesmo inevitáveis. A narrativa ainda apresenta a força das crenças supersticiosas e as mecânicas de poder em um relacionamento
Sem Ursos foi exibido também no Festival de Toronto. Como seu mestre Abbas Kiarostami (1940 – 2016) fez em muitos de seus filmes antológicos, Panahi lança mão da metalinguagem e confronta as percepções de mundo e temporalidades distintas das culturas urbana e camponesa do Irã para fazer um retrato social do país e discutir sua própria situação enquanto artista e cidadão dissidente.

Sem Ursos: * * * *
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