Cinema | Notas

Procuradoria-Geral da República debate sistema penitenciário gaúcho

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Procuradoria-Geral da República debate sistema penitenciário gaúcho
Nesta terça (10/12), às 16h, os problemas e gargalos do sistema penitenciário gaúcho serão exibidos em detalhes na sede Procuradoria-Geral da República, em Brasília. O longa-metragem Central – o filme, dirigido por Tatiana Sager com roteiro de Renato Dornelles, será projetado na mostra cinematográfica que irá debater o tema em nível nacional. Terceiro documentário mais assistido nos cinemas brasileiros em 2017, o filme foi rodado dentro do Presídio Central de Porto Alegre e traz depoimentos de detentos, familiares dos presos, policiais militares, promotores e juízes. O documentário retrata a realidade de uma das mais precárias penitenciárias do mundo, traçando uma radiografia da crise no sistema prisional. Em 2008, o Central, como é conhecido entre os presos, foi considerado o pior presídio do país pelo Congresso Nacional e um dos piores da América Latina pela Organização dos Estados Americanos (OEA). O documentário também traz o olhar dos próprios detentos. Com câmeras nas mãos, eles captaram imagens diretamente nas galerias, onde nem mesmo a polícia tem acesso. Superlotação, falta de infraestrutura e de higiene, má alimentação, uso liberado de drogas, além de uma rotina de execuções e maus tratos disfarçados em um discurso de ordem são evidenciados no longa-metragem. Central recebeu os prêmios de Melhor Documentário de Língua Portuguesa no FESTin – Portugal (2016), de Melhor Documentário no 33° Prêmio dos Direitos Humanos de Jornalismo (2016) e de Finalização FAC-RS (2014). Também participou da seleção oficial do Florianópolis Audiovisual do Mercosul (FAM), em Santa Catarina (2016), do DocMontevideo, no Uruguai (2016), da Mostra Panorama do Festival Visões Periféricas, no Rio de Janeiro (2016) e da Mostra Gaúcha do Festival de Cinema de Gramado (2016). Entender a lógica do encarceramento em massa é mergulhar na história de um Brasil pouco conhecido, em que o Estado atua na contramão da própria reconquista da liberdade e ressocialização dos cidadãos infratores. A partir de depoimentos de policiais militares, familiares, presos, do sociólogo Marcos Rolim e de autoridades, o filme desnuda as diversas faces de uma mesma história, procurando expressar a autenticidade de um mundo que corre à margem. Mas que está absolutamente integrado à nossa estrutura social. O filme contribui para entender a grave crise do sistema carcerário brasileiro, que tem levado a motins frequentes como os recentes massacres em pelo menos três casas prisionais das regiões Norte e Nordeste. Um barril de pólvora que pode gerar novos e ainda mais graves genocídios.

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