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Houve uma vez um verão

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Houve uma vez um verão Califórnia Filmes/Divulgação

O filme Verão de 85 (2020), de François Ozon, estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (3/6) em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Niterói. O longa fez parte da seleção do Festival de Cannes de 2020 – que, embora não concorrendo, divulgou os filmes que estariam em sua seleção. Além disso, disputou neste ano em 12 categorias no César, o principal prêmio do cinema francês – entre elas, melhor filme e diretor.

A história se passa em meados da década de 1980 em um aprazível balneário da Normandia, onde dois adolescentes em férias começam uma amizade que logo evolui para um romance apaixonado – mas que terá um desfecho trágico. Uma manhã enquanto velejava, o barco de Alexis (Félix Lefebvre) vira e o garoto quase se afoga antes de ser resgatado por David (Benjamin Voisin), jovem um pouco mais velho do que ele. David mexe com os sentimentos de Alexis, tornando-se o amigo dos seus sonhos e seu primeiro amor.

Califórnia Filmes/Divulgação

“Filmei o romance entre dois garotos de uma maneira bem clássica, sem ironia, para fazer dessa uma história universal”, explica o cineasta e roteirista francês François Ozon – um dos mais inspirados e prolíficos realizadores do cinema contemporâneo, cuja extensa filmografia inclui títulos tão distintos entre si quanto Sitcom – Nossa Linda Família (1998), Sob a Areia (2000), 8 Mulheres (2002), O Amante Duplo (2017) e Graças a Deus (2018).

Verão de 85 é baseado em um romance juvenil do escritor inglês Aidan Chambers, que Ozon leu nos anos de 1980, e pelo qual se apaixonou na época. Ozon lembra que vários temas do romance já aparecem em seus filmes e, para ele, era como se o livro estivesse perdido em algum lugar de sua imaginação. 

Mais do que apenas recriar os anos 1980, Ozon quis evocar a atmosfera do período. Para tanto – além da trilha sonora com temas de bandas pop da época como The Cure, Lloyd Cole and the Commotions e Bananarama –, o realizador resolveu rodar o filme em película em vez de digital, atualmente o suporte usual. “Quando se faz um filme de época isso é necessário. Eu já havia feito Frantz dessa maneira. Foi emocionante voltar ao Super 16. Há uma sutileza nas cores que não se consegue com o digital”, pondera o diretor.

Califórnia Filmes/Divulgação

Ozon conta que fez a escalação dos dois atores antes mesmo de terminar o roteiro: “Eu disse para mim mesmo que, se não encontrasse a dupla perfeita para os papéis, eu não faria o filme”. Assim que Félix Lefebvre, ator do thriller dramático O Professor Substituto (2018), fez o teste, o diretor sabia que ele seria seu Alex – mas aí era preciso achar o ator para David. “O contraste entre os dois era bastante importante. David tinha que dominar Alex fisicamente, e estar confortável consigo mesmo”, argumenta Ozon.

Os dois jovens atores foram indicados ao César, na categoria Revelação Masculina. Verão de 85 ainda inclui no elenco a atriz italiana Valeria Bruni Tedeschi, no papel da mãe de David, e o ator francês Melvil Poupaud – dois ótimos intérpretes que são recorrentes em trabalhos do cineasta.

Califórnia Filmes/Divulgação

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Efetivamente, é em grande parte graças à potência das atuações – uma qualidade constante nos filmes de François Ozon – que reside a capacidade de Verão de 85 envolver com sua trama. Félix Lefebvre e Benjamin Voisin vibram em sintonia na tela, transmitindo toda a intensidade, frescor, ingenuidade e sensualidade de uma paixão juvenil banhada pelo sol estival e o sal praiano.

Califórnia Filmes/Divulgação

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Verão de 85: * * * *

COTAÇÕES

* * * * * ótimo     * * * * muito bom     * * * bom     * * regular     * ruim

Assista ao trailer de Verão de 85:

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