Exclusivo: Michael Stipe fala sobre novo livro e a vida de “ex-pop star”
Conheci Michael Stipe em 1999 numa festa em Lisboa, logo depois do primeiro dos 11 shows que vi do R.E.M. Nunca mais nos vimos até que, em 2008, falei pra esse Roger aqui (o Lerina, que estava comigo em Lisboa na ocasião) que iríamos brindar os 40 anos dele no camarim de outro show do R.E.M., na noite do seu aniversário alguns meses depois. Foi no dia 6 de setembro, em Copenhague, na Dinamarca. A foto dessa noite é esta aqui embaixo:
Michael e eu viramos o que se pode chamar de amigos. Depois do show da banda em Porto Alegre, em 6 de novembro daquele mesmo 2008, fomos comer pizza no Ossip. Gostou: aplaudiu o pizzaiolo.
Eu fui a Nova York, ele voltou a São Paulo, acompanhei de perto alguns momentos da gravação do derradeiro álbum em 2010 em Berlim, onde a gente deu uns rolês inesquecíveis para um fã nível hard como eu. Em um jantar em São Paulo, dessa vez no meu aniversário, Michael me disse que ele também era um fã de seus ídolos e que alguns deles tinham se tornado seus amigos.
O livro de experimentos de design gráfico e fotografias que Michael lançou em abril deste estranho ano de 2021, chamado simplesmente Michael Stipe, é sobre seus ídolos. Foi o que ele me contou na conversa que gravamos e que você pode ver aqui legendada. O livro tem um QR code que permite acessar áudios do autor que funcionam como uma visita guiada. Eu adorei a ideia, e confesso que gostei muito mais do que vi depois dessa conversa.
É nessas camadas que o artista se revela. Eu prometi – não que ele pedisse – que não falaria de R.E.M., mas acabei puxando o assunto, é claro. Pedido mesmo, ele só fez para mantermos a janela da nossa conversa compartilhada. Então, lá estou eu de dois de paus na maior parte do vídeo.
Mas minha motivação não era fazer propaganda. Eu queria ter certeza de que ele estava ligado no que acontece no Brasil, e ele está. E foi por isso que ele topou gravar esse papo e mandar um recado para todos nós.
Diego de Godoy (@dgdgd.tv)
Cineasta dedicado, gaúcho e colorado sem exageros. Meu foco é a criação e realização de projetos audiovisuais voltados para arte e cultura, como diretor, produtor, montador ou roteirista. Em 2013, lancei o documentário Sobre Amanhã, que mostra o surgimento e o impacto estético da banda gaúcha DeFalla. Para o canal Arte 1, dirigi a série Arquitetos Brasileiros, de 2015, e criei e dirigi a série Work in Progress, produzida pela Pródigo Filmes e exibida desde 2016. A 3a temporada está em fase de desenvolvimento. Meus trabalhos mais recentes foram o documentário BCSP50, sobre os 50 anos do Balé da Cidade de São Paulo, e durante a pandemia, fiz a direção de imagens do musical Jacksons do Pandeiro e da peça A Hora da Eestrela ou O Canto de Macabéa.
Sou o maior fã de R.E.M. do hemisfério sul. A modéstia me impede de reivindicar o norte. Acesse o site www.dgdgd.tv