Banda mineira Graveola lança o reflexivo “In Silence”
Após cinco anos sem lançamentos, a banda mineira Graveola apresenta o álbum In Silence nas plataformas de streaming. Gravado entre 2018 e 2019 e adiado para 2021 devido à pandemia, o disco coloca em evidência os vocais de Luiza Brina em quatro das sete faixas e revela uma atmosfera reflexiva.
“Começamos a gravar durante uma imersão da banda numa fazenda perto de Belo Horizonte. Queríamos que o disco refletisse um amadurecimento em relação aos arranjos, com menos notas, em que a canção fosse central”, conta Brina, que ingressou na Graveola como percussionista em 2013 e até então assumia de forma pontual os vocais do grupo – atualmente composto por Brina, Bruno de Oliveira, Gabriel Bruce, Zelu Braga, Di Souza e Thiago Corrêa – os dois últimos, novos integrantes. Outra mudança na formação foi a saída de Luiz Gabriel Lopes – confira a matéria sobre o mais recente disco solo do músico.
“Vai ter quem ache que o trabalho foi produzido durante a pandemia, porque hoje ele faz mais sentido ainda. É um disco meio profético, e para nós da banda é uma foto da estrada, do caminho, como se a caminhada fosse o próprio resultado, e não o meio, de onde queríamos chegar, rumo a um não lugar que começamos a percorrer desde 2018. Foram cinco anos de silêncio para lançarmos a sonoridade singela e minimal de In Silence”, define Brina. Parceiro da cantora e instrumentista nos vocais da Graveola, Zelu Braga aponta o silêncio do título como um dos tantos elementos que moldam o grupo: “Somos múltiplos: esperançosos, densos, sentimos saudade, temos nossas dores de amor. Esse disco é sobre como soa nosso silêncio dentro”.
Lançado pela gravadora Deck, com produção de Kiko Klaus e coprodução de Henrique Staino, In Silence tem três participações especiais: além do ex-integrante Luiz Gabriel Lopes, estão no disco Uyara Torrente (A Banda Mais Bonita da Cidade) e PC Guimarães (Semreceita). “Eles acrescentaram seu tempero às músicas. Uyara traz força e leveza para uma canção [Tanto Faz] que fala sobre a importância da finalização dos ciclos, de deixar ir. Nada melhor que fazer isso com essa força e leveza que ela traz. Luiz é um poeta imenso e nos presenteou com Tsunami, uma das mais lindas canções dele, para derramar nossos mares pra fora. PC é aquele guitarrista que faz do instrumento uma extensão do corpo e fortalece as músicas que toca com muita classe”, comenta o baterista Gabriel Bruce.
In Silence começa com Nosso Estranho Amor, em que Brina canta: Você se foi, bateu a porta/ Ainda dói o que me resta/ Desse nosso amor/ Nosso estranho amor. Na sequência, Zelu Braga canta a melancolia de uma saudade e o desejo de ir além e se expandir – verbo que intitula a segunda faixa. A seguir, embora mais dançante,Tão Tá segue na temática nostálgica, com Brina e Braga dividindo os vocais: Viajo pra encontrar/ Um norte pra navegar/ Saudade cobre a terra devagar.
Na redentora Blues da Esperança, a voz de Braga reflete sobre processos de cura: O primeiro passo pra curar é escutar mais do que dizer. Na canção seguinte, Luiz Gabriel Lopes canta em espanhol: Tanto de los dos/ Fotos en algún cajón/ Todo se inundó/ un tsunami al corazón.
Em Tanto Faz, Uyara Torrente soma-se aos vocais da Graveola para sustentar: Preciso afirmar pra mim que sou bem maior/ Eu posso estar só e assim será bem melhor. Por fim, na faixa-título, Luiza Brina canta uma despedida serena em versos elípticos que contemplam novos ciclos: In silence/ I’ll say goobye/ And leave without looking back/ In silence.
—
Ouça In Silence da banda mineira Graveola nas plataformas digitais.
Escute também os trabalhos solo de Bruno de Oliveira, Di Souza, Gabriel Bruce, Luiza Brina e Thiago Corrêa.