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Aline Daka lança HQ “Mulheres Caídas”

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Aline Daka lança HQ “Mulheres Caídas” Capa da HQ “Mulheres Caídas”/Divulgação

A experiente artista gráfica, ilustradora e professora porto-alegrense Aline Daka lança, nesta segunda-feira (2/8), a história em quadrinhos Mulheres Caídas. O trabalho é um manifesto noturno, de poesia intimista, marginal e anárquica sobre as mulheres rebeldes nas artes, aquelas que saem à noite, as artistas e as boêmias. 

No formato de uma HQ experimental não linear, a publicação dá visibilidade ao tema da ruptura, da desobediência e da libertação feminina, fazendo das ondas do feminismo um turbilhão oceânico como propulsão criadora. O lançamento, da Skript Editora, será no site da Amazon e já está disponível para pré-venda, com 25% de desconto. 

Conforme a autora, a obra pretende ser um dispositivo visual de pensamento a nos provocar as sensações de desvio dos padrões, através da figura poética da mulher. O experimentalismo nos quadrinhos traz questões urgentes do universo feminino, em perspectivas transversais artísticas, literárias e filosóficas. A HQ Mulheres Caídas aborda temas como violência, identidade, memória, “artes menores” e visibilidade feminina na história da arte. Referências da contracultura e do pop aparecem nos desenhos, que abrangem desde o romance gótico até o movimento punk.

Os leitores vão encontrar reunidas nessa HQ as primeiras mulheres livres e liberadas da Europa do século XIX; anarquistas presas pelo Estado; o grupo Mujeres Caídas, formado por figuras que perambulavam sem destino durante a Guerra Civil Espanhola, iniciada em 1936; anarcofeministas do movimento Mulheres Libres, também nos anos de 1930; figuras do tango na Argentina, “Las Milonguitas”; escritoras conhecidas e anônimas, as chamadas “malditas”.

A obra é desenhada de modo fragmentado, como uma bricolagem (montagem ou instalação de qualquer coisa) autoral e apresenta colagens citacionais de artistas e escritoras góticas, beatniks, surrealistas e dadaístas, como Hilda Hilst, Diane di Prima, Sylvia Plath, Ana Cristina Cesar, Forough Farrokhzad, Alejandra Pizarnik, Halina Halina Poświatowska, Aglaja Veteranyi e outras. Elas estão misturadas com escritas de artistas marginais, de punks e outras anônimas, como as “meninas cuspideiras”, as periféricas e rebeldes, precoces, figuras de desvio entre uma criança-mulher. 

“A denominação que desenha as meninas cuspideiras me vem do gesto cigano de cuspir no chão. O cuspe aqui como um ato proposital de devolução, expurgo, rebeldia, descaso, desconsideração ou não-consentimento, o que eu vejo como uma operação gestual, assim como a cacografia (que denomina erros ortográficos, a serem corrigidos pelos alunos)”, cita a autora. O trecho foi tirado de sua dissertação de mestrado em Educação, a qual concebeu originalmente o trabalho com o tema das Mulheres Caídas, desafiando as convenções da área com a má-educação das mulheres.

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