Joyce Moreno lança livro de crônicas, memórias e bastidores da MPB
Dos inúmeros parceiros que Joyce Moreno colecionou ao longo de seus mais de 50 anos de trajetória musical, o mais fiel de todos é, sem dúvida, o tempo. Desde a estreia no Festival Internacional da Canção de 1967 até se tornar uma referência internacional da música popular brasileira, Joyce aprimorou seu talento não só com a música, mas também com as letras.
Seu novo livro de crônicas e memórias, Aquelas Coisas Todas (Numa Editora), revisa e amplia com um sabor especial, Fotografei Você na Minha Rolleiflex, lançado originalmente em 1997, acrescentando mais lembranças, perfis de colegas, histórias divertidas e outras nem tanto.
— Em 1997 lancei o Fotografei Você Na Minha Rolleiflex, um apanhado de pequenas crônicas dos meus primeiros tempos exercendo este duro e maravilhoso ofício de artista brasileira — pontua.
O livro descrevia as impressões de uma estreante, a garota irreverente de 19 anos recém-chegada a um mundo que (ela ainda não sabia) seria o seu durante toda uma vida; os primeiros encontros com seus futuros colegas de profissão e com os mestres que seriam os mentores de toda uma geração; os sonhos e ideais de uma juventude “muito alegre e muito séria, florescendo em um tempo de guerra”, como disse Nelson Motta no prefácio da primeira edição.
Ex-estagiária do Caderno B do Jornal do Brasil, Joyce Moreno escolheu a música, mas nem por isso abandonou a escrita. Seu novo livro expõe o maravilhoso universo da música popular brasileira no século XX e como ela extrapolou fronteiras para se perpetuar no século XXI.
Segundo a autora, a edição de 1997 “nasceu, fez algum barulho, teve sua única edição esgotada e ficou guardado na memória e nos sebos. Uma reedição sempre me era sugerida por aqueles que apenas tinham ouvido falar, pelas gerações mais novas que não conheciam ou por aqueles que tinham gostado e pediam bis. Pensei a princípio numa nova versão revista e melhorada, um “remix” do original, o que acabei fazendo. Mas tantas outras histórias vinham me assombrar, tantos acontecimentos e novas questões a debater, que não houve como não fazer uma segunda parte”.
De lá para cá, o baú de saborosas histórias só fez aumentar, bem como o carinho para com os artistas com que ela conviveu, como Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Elis Regina, João Gilberto, Torquato Neto, Gonzaguinha e tantos outros.
Para Joyce, “a MPB tem resposta pra tudo. E foi essa ideia que inspirou a segunda parte do livro, Tudo É Uma Canção. As duas partes se completam assim num só livro, Aquelas Coisas Todas. Aquelas coisas tantas, tantos anos passados e um longo caminho ainda a percorrer.”
Aquelas Coisas Todas é uma caprichada edição da Numa Editora, com fotos saídas dos arquivos pessoais de Joyce Moreno.