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Mostra “Todos os Gêneros” reflete sobre corpos divergentes e sexualidade em conversas, shows e performances

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Mostra “Todos os Gêneros” reflete sobre corpos divergentes e sexualidade em conversas, shows e performances Jup do Bairro. Foto: Divulgação

Corporalidade, gênero e sexualidade são os pilares que conduzem a programação da 8° edição de Todos os Gêneros: Mostra de Arte e Diversidade, que o Itaú Cultural realiza de 4 a 13 de agosto (quarta-feira a sexta-feira) voltada à cultura e à diversidade de identidades. 

Em mais um ano totalmente virtual, a programação mescla o exercício da arte com afirmação da sexualidade nos corpos divergentes, tanto em atividades que estarão disponíveis ao longo de todo o evento quanto em uma programação com exibições únicas.  

As Poéticas por Encomenda mesclam trabalhos de teatro, performance e música, ficando disponíveis no site durante todos os dias da mostra. Em paralelo, acontecem encontros diários para reflexões sobre o tema, a partir de filme, espetáculos teatrais revisitados e uma oficina de maquiagem para transformação dos corpos – estes, transmitidos pela plataforma Zoom, com reserva de ingressos feita via Sympla.

Mostra virtual

Poéticas por Encomenda é o nome da grande mostra artística desta edição de Todos os Gêneros. Reúne artistas da música, das artes cênicas e das artes visuais, que também participam, em parte, de outros recortes da programação. Além disso, contam com legenda, audiodescrição e interpretação em Libras.

Da música, recebe quatro artistas. Uma delas é paulista Jup do Bairro, com a exibição do vídeo do EP Corpo Sem Juízo (2020), premiado trabalho de estreia da carreira solo da cantora. Outra convidada é a baiana Coral. Poeta, intérprete e musicista, ela apresenta a música Domador de Cavalos.

Uma espera de quase três décadas marca a presença da cantora travesti pernambucana Aivan.  Na mostra, ela lança o EP de seu segundo CD, Anônima. Seu primeiro e único disco tinha sido lançado quando ainda usava um artigo masculino antes do seu nome. A transartivista catarinense Renna, que atualmente mora em Pernambuco, fecha o ciclo musical com uma performance de poesia e música na qual questiona as cercas invisíveis que isolam os corpos e impondo privações de afetos, amores e direitos. 

Do teatro, Poéticas por Encomenda apresenta dois trabalhos. Na performance Corpo Celeste, o ator paulista Giovanni Venturini traça paralelos entre seu corpo e Plutão em uma reflexão sobre um corpo fora das normas e sua coexistência nesse mundo. A atriz cearense Jéssica Teixeira apresenta E o Que Tem a ver Ostra com Guacamole? Trata-se de um desencontro metafórico de imagens, cores, cantos e sons, que se atravessam na tentativa de fazer um retrato do que se mantém em movimento: a pansexualidade. 

Ainda nas performances, Lee Brandão, a primeira Dragqueen PCD (Pessoa Com Deficiência) do Distrito Federal, faz uma apresentação em três atos: na música Não Recomendado dubla a letra que questiona o limite dos corpos; em Beautiful, cantada por Christina Aguilera, fala como todos são bonitos à sua maneira; e no cover de Indestrutível, sucesso de Pabllo Vittar, reafirma que os LGBTs não vão se esconder. 

No vídeo No Primeiro Dia, a artista capixaba Castiel Vitorino Brasileiro reflete: “então eu acordei e sabia o que estava acontecendo – eu nunca havia dormido”. A artista visual gaúcha Laryssa Machada, discute em seus trabalhos a construção de imagem sobre LGBTs, indígenas e povo da rua e divide a cena com o pai em um olhar para a ancestralidade, revisitando e movimentando a temporalidade.

Do Piauí, onde reside atualmente, vem a obra da cearense Juhx, performer trans não-binária. Nela são feitas reflexões de uma “corpa transvergente” em busca do seu verdadeiro existir. As mudanças também conduzem Uýra em Interflúvios. A obra é do artista visual indígena paraense Emerson Pontes, que se transforma em Uýra, uma manifestação em carne de bicho e planta que se move para exposição e cura de doenças sistêmicas coloniais. 

The Lady Macbeth, é a performance da piauiense Fernanda Silva, que questiona o motivo de a maioria dos corpos dissidentes de gênero não poder sonhar. 

Acesse a programação completa no site do Itaú Cultural.

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