Música | Notas

Thiago Ramil divulga o segundo EP, “O Andar do Tempo”

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Thiago Ramil divulga o segundo EP, “O Andar do Tempo” Foto: Geórgia Macedo/Divulgação

Após apresentar O Sol Marca, primeiro volume do álbum visual que lançará dia 22 de abril, Thiago Ramil apresenta o EP O Andar do Tempo, com três canções que têm como pano de fundo a memória. Músicas que trazem lembranças e sons particulares – que se estendem às lembranças de quem ouve.

“É um recorte mais íntimo do álbum, nostálgico, que tem a ver com o andar do tempo mesmo”, explica o artista, que convidou para esta produção musical o amigo e vencedor do Grammy Guilherme Ceron e, para a direção visual dos quatro vídeos que reforçam as músicas, o diretor gaúcho Lucas Reis.

Thiago Ramil sai do universo do samba experimental do EP 1, onde os ares de verão brilhavam, e entra no degradê rítmico para o Outono. A faixa de abertura, Receita, ainda carrega o calor do verão e uma constante busca de Thiago: “O simples. Aquele que é completo em si mesmo”.  E não há nada que traga mais identificação que as receitas de mãe ou a lembrança do cuidado ao cozinhar para o filho. A canção tem inserts de frases marcantes que seu parceiro musical Gabriel Nunes (Cabeça) e ele mesmo ouviam na infância, nas vozes de Gabriel e dos pais de Thiago.

“A composição fluiu naturalmente quando estávamos preparando um jantar em São Paulo. Sempre me emociono um pouco quando escuto. E nela levantamos temas como pais que vivem o lugar imageticamente pensado para mães, a questão social da mãe que sai cedo para trabalhar deixando a comida pré-pronta, e o afeto do filho que queria mesmo era sua mãe por perto”, sugere ele, que divide a composição também com Géorgia Macedo e Samira Calais.

Já em Cheiro de Chuva, o clima vai esfriando, começam a cair as folhas e a paisagem se tornar avermelhada…. “É uma música com timbres amadeirados, com muitos violões e rabecas”, diz. Inspirada nas amizades de infância, ela surgiu após Thiago visitar a casa onde viveu até os 25 anos. O amigo de longa data João Ortácio lhe enviou uma harmonia no violão e ele foi construindo a letra. “Meu amigo  / levo o começo comigo / até o final…”, diz um verso da canção.“Sou muito ligado aos amigos antigos e o afeto inspirou essa música, mesmo com a distância física e filosófica que vivemos nesses anos pandêmicos”, conta Thiago

Para fechar a trilogia de O Andar do Tempo, Thiago Ramil desliza pelo tom marítimo de Marujo (parceria com João Ortácio e João Salazar); uma música tão envolvente que nos carrega suavemente pelas águas. Ele já estava morando emTramandaí, litoral gaúcho que tem uma praia muito desértica e com fortes ventos no final do outono, quando a compôs. E é uma canção que fala sobre despedida, processos, o que vai e o que fica na vida.

“Na época, o pai do João e o Aldir Blanc haviam falecido, e fiquei com aquela imagem: os marujos, o homem sábio do mar. O marujo planta memórias e essas histórias são contadas e cantadas nas embarcações. Assim como o Aldir, que partiu e deixou muitas memorias para serem cantadas por outros navegares”, sugere Ramil.

Escute O Andar do Tempo aqui.

Confira o vídeo inspirado nas músicas do EP:

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