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Tom Zé lança “Tribunal do Feicebuqui” nas plataformas digitais

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Tom Zé lança “Tribunal do Feicebuqui” nas plataformas digitais Foto: Rogerio von Krüger/Divulgação

Disponível em todas as plataformas digitais a partir de hoje, 28 de janeiro, o EP Tribunal do Feicebuqui é reeditado oito anos após seu lançamento. Essa é a primeira vez que as faixas são disponibilizadas em streaming.

O trabalho uniu o veterano Tom Zé a artistas emergentes daquela geração, como Emicida, Tim Bernardes (e sua banda O Terno), Marcelo Segreto (Filarmônica de Pasárgada), Gustavo Galo (Trupe Chá de Boldo) e Tatá Aeroplano.

Trata-se também da estreia na música do então apenas jornalista Marcus Preto, que depois assinaria a direção de álbuns importantes de Gal Costa, Erasmo Carlos, Nando Reis e outros. A motivação para que os meninos se juntassem ao mestre tropicalista foi a repercussão, nas redes sociais (principalmente no Facebook, a mais ativa naquele período), da locução que Tom Zé fez para uma propaganda da Coca-Cola.

Toda a “literatura” postada por internautas indignados com o comercial foi compilada, selecionada e os melhores momentos – gritos do tipo “vendido”, “americanizado”, “traidor”, “velho bundão” – geraram Tribunal do Feicebuqui, faixa que abre e batiza o EP.

A compilação dos versos foi feita por Tatá Aeroplano, Gustavo Galo e Marcelo Segreto a partir de uma ideia de Marcus Preto. Emicida entrou no jogo com a rima que colocou o ponto final, cunhando o termo “Tribunal do Feicebuqui”. Era a antecipação da cultura do cancelamento, tema tão presente nos anos que viriam. Naquela ocasião, Tom Zé ficou tão atordoado com a voz das redes sociais que optou por doar todo o cachê que recebeu pela locução do comercial para a banda de música de Irará, sua cidade natal, no interior da Bahia.

A segunda faixa, Zé a Zero, é letra de Marcelo Segreto que ganhou música de Tom Zé e Tim Bernardes. Estudioso do universo tropicalista, Segreto escreveu os versos da canção citando músicas de Tom Zé, como O Abacaxi de Irará, Xiquexique e Parque Industrial, entre outras.

Já Tim Bernardes, autor de Papa Francisco Perdoa Tom Zé, recorreu à personagem de Alegria, Alegria para compor sua marchinha carnavalesca. Se na canção clássica de Caetano Veloso, marco inicial da Tropicália, os versos eram “Eu tomo uma coca-cola/ Ela pensa em casamento”, na versão atualizada por Tim, se transformaram em “Já não penso mais em casamento/ Mas, se tomo coca-cola, acham que estou me vendendo”.

O tema foi proposto por Tom Zé, que pediu a Tim: “Você bem que podia escrever uma música pedindo ao papa para me perdoar”. Em 24 horas, música, letra e arranjo estavam prontos. A execução ficou por conta da banda dele, O Terno. A versão do EP é diferente da que sairia no álbum “Vira Lata na Via Láctea”, concebido no ano seguinte basicamente pelo mesmo time de artistas.

O álbum foi composto, gravado e cantado coletivamente no estúdio Vale do Silício, instalado no quinto andar do prédio em que Tom Zé vive até hoje, no bairro de Perdizes (SP). Todo o processo de composição e gravação aconteceu durante o mês de abril de 2013. O material foi imediatamente disponibilizado para download gratuito, o formato mais pop daquele período.

Com linda capa desenhada pela cantora Mallu Magalhães, Tribunal do Feicebuqui também foi lançado em compacto de vinil.

Capa. Foto: Divulgação

Escute Tribunal do Feicebuqui aqui.

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