“Atravessamentos”: Circo Híbrido reflete sobre arte, isolamento e espaço urbano em narrativa audiovisual
Viabilizada pela Lei Aldir Blanc, a narrativa audiovisual Atravessamentos, do Circo Híbrido, estreia neste sábado (28/8), às 19h, no canal de YouTube do grupo. Envolvente e introspectivo, o vídeo de 30 minutos costura relatos sobre o fazer artístico em um contexto de isolamento. Depoimentos em off são acompanhados de imagens dos participantes do projeto em suas casas e espaços urbanos, compondo um registro poético de experiências e reflexões atravessadas pela pandemia.
“Duas questões regem a quarta edição do Atravessamentos: qual o papel da arte na pandemia e como pensar o processo criativo em circo nesse momento”, explica Tainá Borges, que fundou o grupo em 2004 ao lado de Luís Cocolichio. “Cada artista investigou sua morada – que se tornou espaço de ensaios, apresentações e aulas – e, a partir dessas reflexões, possíveis lugares de performance, repensando o estar na rua”, completa a artista.
O Circo Híbrido promove o projeto desde 2018 com o objetivo de desenvolver processos criativos colaborativos que mesclam arte circense e outras linguagens, combinando propostas autorais diversas. As três edições anteriores – uma delas com apresentação na rua, e outras duas realizadas na sede do grupo, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre – foram fruto de laboratórios presenciais.
Em 2021, por conta da pandemia, uma residência online possibilitou as trocas do elenco, formado nesta edição por Borges, Cocolichio e Lara Rocho – membros da trupe; Agatha Andriola (Viamão) e Maílson Fantinel (Porto Alegre) – integrantes do núcleo de pesquisa do grupo –; e outros três artistas selecionados para a versão mais recente de Atravessamentos: Eduardo Corrêa (Canela), Paulo Stümer (Novo Hamburgo) e Guilherme Capaverde (São Lourenço do Sul).
“Nossas pesquisas puderam tomar o tempo de olhar para a produção em arte nesse momento, respeitando o que é possível para o agora”, conta Capaverde, que é artista circense e bailarino. “O projeto permitiu dar vazão a sentidos e sentimentos que chegam em nós, artistas da presença, que estão dentro de casa, em relacionamento com virtualidades. É um gás para seguir criando, reverberando, fazendo arte”, completa.
Tainá Borges conta que o grupo viu no isolamento a oportunidade de dialogar com artistas de outras cidades, com trajetórias circenses reconhecidas, dedicados a diferentes linguagens e aparelhos – dança, teatro, artes visuais, clown, aéreo, tecido, força capilar e malabares. Não à toa, o hibridismo é uma característica do coletivo, que desde 2004 desenvolve espetáculos, intervenções, cursos e oficinas mesclando manifestações artísticas variadas – além de administrar a Loja Cocuruto, especializada em equipamentos circenses e de malabarismo.
[Continua...]
sábado, 28 de abril de 2024 | 19h00