Música | Notas

Rádio Batuta lança programa sobre a obra do compositor, pianista e arranjador Radamés Gnattali

Change Size Text
Rádio Batuta lança programa sobre a obra do compositor, pianista e arranjador Radamés Gnattali Foto: IMS/Divulgação
Compositor, arranjador, maestro e pianista, Radamés Gnattali (1906-1988) foi um dos nomes mais importantes da música brasileira do século XX, sendo reverenciado por ícones como Tom Jobim e Pixinguinha. Em sua homenagem, a Batuta, rádio de internet do Instituto Moreira Salles, lança o programa Radamés Gnattali, artesão e operário da música. O documentário em áudio estará disponível gratuitamente, no site da Batuta (radiobatuta.ims.com.br), a partir de 27 de janeiro (quinta-feira), data do 116º aniversário do pianista.  Primeira série radiofônica de fôlego sobre Radamés, é composta por 12 episódios, que serão lançados todos juntos, no dia 27. De forma cronológica, o documentário detalha a produção e o legado do músico, cuja obra ainda é pouco conhecida pelo grande público. Ao longo de sua carreira, entre as décadas de 1930 e 1980, escreveu milhares de arranjos, tanto para o rádio quanto para os discos, entre eles alguns históricos, como os de “Aquarela do Brasil” e “Copacabana”. Compôs ainda inúmeras peças de música clássica, entre outras obras. A série é apresentada pelo cantor e pesquisador Pedro Paulo Malta, que também assina o roteiro com a jornalista Helena Aragão e o violonista e arranjador Paulo Aragão, responsável pela direção musical. Segundo Paulo Aragão, “Radamés atravessou quase todo o século XX, tendo um papel essencial na modernização da música popular, na difusão da música nacional e no desenvolvimento de uma linguagem nacionalista muito original na música de concerto, ao mesclar elementos oriundos do folclore, das vanguardas e da música popular urbana”. O documentário apresenta depoimentos de familiares e músicos que conviveram e foram influenciados por Radamés, como Paulinho da Viola, Dori Caymmi e João Bosco. Há também trechos de entrevistas concedidas pelo próprio compositor e músicas de sua autoria, incluindo uma gravação inédita de “Malandro”. Composta por Radamés quando tinha 16 anos, a peça só havia sido registrada em partitura. A convite do programa, o pianista Hércules Gomes gravou a música para o segundo episódio. A série traz ainda inúmeros materiais de arquivo, muitos provenientes do site Discografia Brasileira, do IMS, dedicado à produção de discos de 78 rotações por minuto. Nos primeiros episódios, o programa trata do início da trajetória de Radamés, nascido em 1906, em Porto Alegre, em uma família de imigrantes italianos. Em 1924, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde ficavam as principais rádios, gravadoras e o Theatro Municipal. Para se sustentar, atuou em diversas frentes, tocando viola e piano em orquestras. Na capital, viu Ernesto Nazareth tocar no centro da cidade. Na década de 1930, encontrou-se inclusive com o então presidente Getúlio Vargas, episódio descrito no capítulo 3. A série também narra o momento em que Radamés foi convidado para trabalhar nos estúdios da Walt Disney, no início da década de 1940. Por temer a instabilidade financeira, recusou a oferta da temporada em Hollywood e permaneceu com seu emprego na Rádio Nacional. A proximidade com o cinema, no entanto, foi frequente em sua carreira, tendo concebido trilhas sonoras de filmes nacionais consagrados, como Rio, 40 graus e Eles não usam black-tie. 

Quer ter acesso ao conteúdo exclusivo?

Assine o Premium

Você também pode experimentar nossas newsletters por 15 dias!

Experimente grátis as newsletters do Grupo Matinal!

PUBLICIDADE

Esqueceu sua senha?