O território sagrado do sopapo retumba poesia com o grave e inconfundível som. A junção de duas palavras de troncos linguísticos distintos e ao mesmo tempo povos negros conformadores da cultura no Rio Grande do Sul formam Sopaporiki, nome do mais recente projeto artístico do cancionista, músico, pesquisador e poeta Richard Serraria.
É a partir do sopapo, instrumento intimamente ligado à história da população negra do Rio Grande do Sul que poemas sobre orixás ganham protagonismo em livro impresso, eBook e audiobook.
O inovador projeto cultural carrega a cosmogonia do tambor negro sul riograndense e conta parte da origem, os princípios e as doutrinas dos doze orixás do Batuque de Nação Oyó Idjexá no sul da Pachamama (América do Sul). O projeto também expressa a urgente necessidade de incorporação das poéticas africanas e dos povos originários ao corpus da Literatura Brasileira.
De acordo com Richard, que já possui uma longa estrada e conexão com a literatura, sendo escritor e doutor em Literatura Brasileira, a forte presença do plurilinguismo da língua “Pretuguesa” falada no Rio Grande do Sul, com elementos da língua iorubá e das várias línguas bantas atestam a amefricanidade – termo alcunhado pela intelectual negra Lélia Gonzales ao referir-se à diáspora e à experiência indígena contra a dominação colonial.
Neste sábado (27/3), às 18h, acontece a primeira de uma série de lives, intitulada Sopaporiki e as Poéticas Negras RS. Desta vez a literatura será o destaque, com leituras e percepções sobre o livro que acompanha o projeto.
A ação terá mediação de Ediane Oliveira (jornalista e convidada do audiobook), com participação de Richard Serraria (idealizador, autor e tamboreiro do Sopaporiki) e da professora de Literatura da FURG, Luciana Coronel.
A transmissão será ao vivo, pelo Facebook da Escola de Poesia.
sábado, 27 de abril de 2024 | 18h00