Toda narrativa começa por algum ponto, um marco zero, uma abertura. É como num jogo de xadrez, em que o autor-jogador dispõe elementos que serão desenvolvidos, mobilizados, contrariados, analisados, contextualizados, esmiuçados, eventualmente sacrificados. Do outro lado estamos nós, os leitores, que contribuiremos com nossas experiências, sentidos, sentimentos, imaginação, crítica e muito mais, para que aquela abertura sobreviva na forma de leitura, que será encantadora, aborrecida, mobilizadora, terrífica, tudo isso ou algo disso.
A oficina deste semestre estudará a abertura de sete grandes romances da tradição ocidental. E da leitura dessas páginas iniciais extrairemos, a cada semana, um tema, uma motivação, um mote para a escrita de cada participante, que tomará esse elemento e o desdobrará numa narrativa.
Como sempre tenho feito, esse relato pessoal poderá ser ficcional ou não, poderá carregar experiências da vida do autor, direta ou indiretamente. O que importará, em todos os casos, é o exercício de escrita a partir dessa tradição narrativa.
Em cada encontro – sempre nas quintas, entre 10h e meio-dia, via Zoom – leremos passagens iniciais dos romances (em formato digital), e analisaremos esses trechos com vistas a entender os procedimentos, as estruturas, a maneira de apresentar personagens e de manejar o tempo da narração. Ao fim da leitura, será indicado o tema para a escrita dos alunos.
Cada encontro, a partir do segundo, começa pela leitura de alguns dos textos dos inscritos. O autor o lê e a seguir ele ouve, sob comando do professor, os comentários. Trata-se de um exercício que envolve de tudo – atenção ao outro, ao ponto de vista do outro, de análise dos elementos que aquele autor mobilizou para produzir aquele relato, de entender sua lógica interna, o valor de cada escolha, assim como de comparação entre aquele texto e outros.
Não se trata nunca de imitar o texto lido e tomado como motivação, no sentido linear: entre a leitura daquele texto clássico e o texto de cada aluno há uma relação apenas de sugestão. Da mesma forma não se trata de buscar escrever um texto supostamente excelente, que já existisse previamente e que deveria ser de algum modo alcançado: ao contrário das provas de cruzinha, na escrita não há um parâmetro final, muito menos único. Estamos aqui no reino da liberdade.
Após cada encontro, os alunos que se interessem por isso enviarão por email seu texto ao professor, que o comentará privadamente, apontando inconsistências e sugerindo eventuais mudanças.
O semestre contará com 15 encontros. Cada um dos romances será objeto de conversa em dois encontros sucessivos, na ordem seguinte:
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