Juremir Machado da Silva

Pensando bem na FM Cultura

Change Size Text
Pensando bem na FM Cultura Juremir, Luís Augusto Fischer e Nando Gross apresentam o Pensando Bem | Foto: Maitê Fernandes/Cubo Play

Nando Gross, Luís Augusto Fischer e eu estamos fazendo um programa chamado “Pensando bem”. É gravado na Cubo Play, parceira na empreitada. Os outros parceiros são a Matinal e a revista Parêntese. Vai ao ar todos os sábados, às 9 horas, na FM Cultura, 107,7, e fica disponível na plataforma da Cubo Play e em nossas redes sociais. Que programa é esse? Na essência, um programa de rádio gravado, agora chamado de podcast. Mas também pode ser considerado um videocast, pois tem imagens. Nesse sentido, poderia ser simplesmente um programa de televisão cujo áudio roda em rádio. De que trata? De cultura: literatura, comportamento, história, música, ciências humanas, etc. Temos recebido os grandes nomes do Rio Grande do Sul.

Pois é, nosso programa tem uma questão de gênero. É muitas coisas ao mesmo tempo. Até agora a maior repercussão vem direto da audiência da FM Cultura. Ouvir rádio no rádio do carro ou em rádio em casa ainda é costume de muita gente. Ver televisão também. O rádio, de resto, foi um dos grandes beneficiados pela revolução tecnológica. Já não depende da potência dos transmissores de uma emissora. Pode ser ouvido em qualquer lugar na internet. Os nossos últimos convidados foram Tabajara Ruas, patrono da Feira do Livro de Porto Alegre, e Eduardo Bueno, o famoso Peninha, influencer digital com quase um milhão e meio de seguidores no canal de youtube Buenas Ideias. Digo convidados por não ser rigorosamente um programa de entrevistas. A gente questiona o convidado, mas debate com ele e entre nós. Alguns se adaptam mais rapidamente a esse modelo.

O que realmente conta? Falar de cultura com leveza e aprofundamento ao longo de uma hora. Sem tirar a roupa nem falar das dimensões do pênis do convidado ou do marido da convidada. Isso nos deixa em desvantagem na luta pela audiência em relação a concorrentes. É uma escolha. Chamar programa de programa, como eu faço, atrapalha um pouco. Para uns a palavra remete a pós-graduação. Para outros, a encontros de natureza erótica. O peso das palavras conta. Ser moderno exige ser pós-moderno para não ser antigo. Pensando bem, nomear é, de fato, fazer existir ou desistir.

Apesar de ser um programa ancorado por três homens, vozes femininas e negras não faltam entre os convidados. Em breve, rodaremos nossa gravação com Martha Medeiros, que lançou recentemente o livro “Conversa na sala” (L&PM). Martha é o maior fenômeno editorial gaúcho da atualidade. Vende como crônica quentinha. Num Estado em que as rádios estão dominadas por um pensamento quase único de direita em matéria de política, falar de cultura é realmente ampliar horizontes, olhar o mundo com outras lentes, abrir o jogo, sair da moldura. Amigos que confundem estar na internet com bombar na internet ainda perguntam: por que vocês não fazem um podcast? Estamos fazendo e, modéstia à parte, muito bem feito. Tão bem feito que até pode encontrar resistência. Nando e eu, de resto, fazemos outro, “Do lado de cá”, predominantemente com economistas e políticos, para o Sindicatos dos Bancários de Porto Alegre. Somos os jornalistas da parada.

Com meu colega Jacques Wainberg, estou em outro programa para o youtube, “Argumento”, feito na Famecos para as plataformas da escola, com professores pesquisadores, pensadores, dando espaço ao trabalho de quem investiga, publica e produz conhecimento. Pensando bem, estamos aí.

RELACIONADAS

Esqueceu sua senha?

ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.
ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.