Juremir Machado da Silva

Poemas loucos, um programa e um convite

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Poemas loucos, um programa e um convite

Ainda estávamos lá...

Quando choveu,
Quando amanheceu,
Quando a grama cresceu,
Quando a gota d’água se abriu
E se ouviu a música dos tempos.
Vimos o rato silvestre na pradaria,
O pato selvagem na água irisada,
O velho sábio triste na pescaria,
O bêbado dando risada para a lua,
A vida nada fácil no meio da rua,
Pássaros, lobos, meninos e flores,
O arco-íris com sua trip de cores,
A borboleta, a rã e o escaravelho,
Habitantes da nossa casa comum,
Andarilhos a oeste do imaginário,
Quando o mundo era de todos,
Dos vertebrados e dos coloridos,
Dos que zunem e dos que rugem,
Dos peixes que quebraram o aquário,
Das aves que desistiram do paraíso.
E como quem acorda intempestivamente
Vimos o sol que lambia o gato lânguido,
Deus que se espreguiçava na rede,
Falível, sonhador, suado, incomum,
Antes de chover até saciar sua sede.

*

Na estrada

Deixa cair o pó de tuas costas,
Nessa estrada coberta de nuvens,
Por onde voa o pássaro da tarde,
Já sabes que do outro lado do rio,
Nessa margem esquerda da vida,
Cresce a árvore da esperança,
Enquanto deuses jogam paciência.

Não te deixes abater pelas armas,
Tampouco por velhas certezas,
Caminha como se o sol te atraísse
Para o centro do universo em chamas.
Teu lugar é a sombra dos tamarindeiros.

Revela o teu pensamento sem medo,
Confessa a tua loucura soberba,
Correndo por entre estreitas veredas.
Te espera na última esquina a beleza.

Arrasta contigo a força das palavras,
Suave devastação ao canto do ouvido,
Território de vozes, enxames, vendavais.

Que importa se nada faz sentido,
Por acaso alguém te explicou a dor,
Não a dor que se pode sentir deveras,
Mas a dor de saber que a terra morrerá.

Avança, soldado da existência,
Interpela os mestres do escuro,
Reclama tua parte nessa aventura,
Chama a natureza de tua casa.

Ouve crescer a pétala sem razão,

Visto que és do tempo dos jardins,
Como tu uma flor já perdida,
Salvo por estes segundos intemporais.

Teu rastro ficará na eternidade
Como um silêncio que se quebrou.
Quem não ouviu na manhã tardia,
Antes do estio e depois da fúria,
A voz firme e próxima que dizia:
 – Vai, a vida é tua. Não há outra.

Unlimited City: Otto Wagner e o modernismo vienense no Brasil e no mundo

Programação para agosto
Paço Municipal: sextas (4/8, 11/8 e 18/8), às 14h.
IAB – Instituto dos Arquitetos do Brasil: sexta (25/8), às 18h.

Paço Municipal, sexta (4/08), às 14h
Vídeo Dr. Nierhaus Otto Wagner: A Tradição da Modernidade. Otto Wagner, sua Escola e a inovação da arquitetura em torno de 1900. (Die Tradition der Moderne. Otto Wagner, seine Schule und die Erneuerung der Architektur um 1900)
Visita guiada da exposição

Paço Municipal, sexta (11/08), às 14h
Vídeo Adolf Loos – Visionário e Provocador (Visionär und Provokateur)
Visita guiada da exposição

Paço Municipal, sexta (18/08), às 14h
Vídeo Josef Hoffmann – Em Busca da Beleza (Auf der Suche nach Schönheit)
Visita guiada da exposição

IAB, sexta (25/08), às 18h
Debate sobre Teoria e Prática da arquitetura

Sessão de filme extra (data a definir)
Otto Wagner – Visionário da modernidade (Visionär der Moderne)

122 anos da Academia Rio-Grandense de Letras

Convite

A Academia Rio-Grandense de Letras convida para a sessão solene de posse do escritor Gilberto Schwartsmann na Cadeira no 32, cujo patrono é Pedro Velho. A saudação ao novo acadêmico será apresentada pelo paraninfo Franklin Cunha.

A solenidade pública será realizada às 18h do dia 3 de agosto, quinta-feira, no Salão Mourisco da Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul, na Rua Riachuelo no 1190.

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