Casa da Memória celebra a Camisa Canarinho e o espírito solidário

Com a presença do capitão do tetra, Dunga, Unimed promove noite de homenagens, reconhecimentos e solidariedade

Por Salus Loch e Cristiane Von Appen

Sob o manto da história e da memória, personagens do futebol, da arte e da solidariedade se reuniram na Casa da Memória Unimed Federação/RS. A ocasião? Celebrar os 70 anos da camisa canarinho da Seleção Brasileira e os 30 anos do tetracampeonato mundial, conquistas que se entrelaçam na teia do tempo, formando o tecido da identidade nacional.

O legado de Aldyr Schlee

Aldyr Garcia Schlee, o gaúcho que desenhou a camisa verde e amarela, foi lembrado não apenas como o criador de um uniforme, mas como o artífice de um símbolo que percorre o mundo, vestindo a esperança e a glória. Sob a condução do doutor em História da Arte, José Francisco Alves, os mais de 70 presentes embarcaram numa viagem ao passado, revisitando os momentos e as conquistas que a camisa simboliza. A presença de familiares de Schlee, dentre eles os filhos Aldyr e Sylvia, adicionou uma camada de emoção e reverência ao evento.

Dunga: liderança e determinação dentro e fora de campo

Carlos Caetano Bledorn Verri, conhecido por todos como Dunga, o capitão que liderou o Brasil ao tetracampeonato em 1994, compartilhou sua trajetória. Falou de um caminho sem plano B, marcado pela determinação de vencer, e ofereceu lições de liderança forjadas nas pressões e glórias dos gramados. Seu discurso, uma mistura de memórias e ensinamentos, ressoou entre os presentes, inspirando a todos com a força de quem conhece o sabor amargo da derrota, e a doce sensação da vitória.

União por uma causa maior

A noite foi também de solidariedade. Em um gesto que reflete o espírito de apoio mútuo, uma camisa da seleção autografada por Dunga foi doada à Fundação Pão dos Pobres, representada pelo gerente José Marcolan. A ação, integrada entre a Casa da Memória e o Instituto Unimed/RS, simboliza a sinergia de esforços para melhorar a vida daqueles em situação de vulnerabilidade. A camisa será leiloada, e os recursos obtidos destinados a melhorias na instituição, uma iniciativa de generosidade que se estende além das quatro linhas. À entrada do evento, os convidados também trouxeram 1kg de alimento não perecível, destinado ao Pão dos Pobres.

Homenagens

O evento contou com a presença representantes da imprensa, dirigentes da Unimed e expoentes do futebol e da gestão esportiva, incluindo Francisco Novelletto, vice-presidente da CBF, e Antônio Dal Prá, vice-presidente da Federação Gaúcha de Futebol. Inspirado por uma sugestão de Dunga – que disse ser importante homenagear Schlee, pela criação da camisa canarinho – Novelletto comprometeu-se a formalizar um pedido à CBF para que o nome de Aldyr Schlee seja sempre lembrado como o autor da camisa da Seleção Brasileira; homenagem justa e necessária, reconhecendo a contribuição de Schlee não apenas ao futebol, mas à cultura brasileira.
No ritmo de homenagens, aproveitando a ocasião, o presidente da Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos, Rogério Amaral, entregou uma placa de reconhecimento aos serviços prestados ao futebol e à sociedade pelo capitão Dunga.

Mais do que gols e vitórias

Na avaliação do presidente da Unimed Federação/RS, Nilson Luiz May, a promoção da Casa da Memória, “Futebol e Artes: Juntos por Essa Paixão”, foi mais do que uma celebração de conquistas; foi um lembrete da capacidade do esporte de unir pessoas, inspirar gerações e promover a cultura e a solidariedade.
Sob a égide de Dunga, Schlee e todos os que contribuem para o legado do futebol brasileiro, a celebração foi um testemunho do poder transformador do esporte, da arte e da generosidade humana. Uma história contada não apenas em gols e vitórias, mas em gestos de apoio e na perpetuação da memória e da identidade de um povo.