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Após liberação do futebol, comércio pressiona Marchezan

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Após liberação do futebol, comércio pressiona Marchezan Foto: Cesar Lopes / PMPA

Após liberação do futebol, comércio da Capital pressiona Marchezan

A decisão da prefeitura de Porto Alegre por liberar os jogos da dupla GreNal fez crescer ainda mais a pressão pela abertura do varejo. Ontem, mais de 20 entidades do comércio, construção e educação enviaram uma carta ao prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) em que reivindicam a “retomada inadiável e imediata das atividades” na cidade. No pedido, que é o mais incisivo desde o começo da pandemia, associações como o CDL, Sindilojas e Sinduscon alertam para o risco de uma “ruptura dos canais de interlocução e do colapso do sistema econômico”. 

A carta pede a liberação do comércio de rua, shoppings e restaurantes, além da ampliação de atividades consideradas essenciais. Até a noite de ontem, a prefeitura ainda não havia se manifestado. A permissão das partidas exigiu do prefeito um malabarismo no discurso. Na sexta, no Twitter, o tucano comentou a liberação dos jogos: “Não queremos que pareça desrespeito com os profissionais da saúde ou com os empresários e comerciantes que estão sofrendo com restrições de suas atividades”. Ainda delegou ao Grêmio e ao Inter a responsabilidade de conscientizar a população para evitar aglomerações. Os dois times venceram ontem e vão à final do segundo turno do Gauchão. O GreNal está marcado para a próxima quarta, na Arena.

Sem garantir ampliar as medidas adotadas para o futebol aos demais setores, Marchezan sinalizou que deve construir, nas próximas semanas, um calendário de reabertura (🔒)  para algumas atividades, e promete conversar com entidades como o Sindilojas e o CDL. O prefeito disse que vai pesar a evolução nas internações em UTIs.

Novo recorde de internações – Porto Alegre bateu novo recorde de internações por Covid-19. A quantidade de infectados em leitos de UTI saltou de 307 na sexta-feira para 319 no sábado, maior número desde o começo da pandemia na Capital. Na noite de ontem, o índice havia baixado para 318 segundo o monitoramento da prefeitura, que não contava com o dado atualizado do Hospital Conceição. Em todo o Estado, o total de mortes pela doença chegou a 1.974 e há 71.040 casos confirmados no RS, conforme a Secretaria Estadual da Saúde.


O que mais você precisa saber

Mapa preliminar tem mais de 70% do RS com bandeira vermelha – A 13ª rodada de classificação do sistema de distanciamento controlado, que qualificou 12 das 20 regiões como áreas sob o regime de bandeira vermelha, recebeu 34 recursos de municípios e associações para revisão. Todos pedem a manutenção da bandeira laranja. Pelo novo decreto, que deve ser publicado hoje à tarde, Porto Alegre, Canoas Novo Hamburgo, Caxias, Passo Fundo, Taquara e Palmeira das Missões permanecem como áreas de risco máximo. As regiões de Santo Ângelo, Santa Rosa, Pelotas, Bagé e Lajeado apresentaram piora, e foram enquadradas também na bandeira vermelha. O critério da contagem do número de pacientes hospitalizados mas que residem em outras cidades, questão que gerava crítica nos municípios, foi alterado nessa rodada de classificação. O mapa, que apresentou uma pequena melhora em relação às últimas duas semanas, coloca 77,2% da população do Estado sob bandeira vermelha. Em paralelo à definição do Estado, um grupo de municípios da Serra chegou a publicar um decreto que autorizava o retorno de atividades em restaurantes, comércio atacadista, de rua e shoppings centers. A medida foi derrubada ontem pela Justiça.
 

Pesquisa aponta “apagão educacional” no RS – Desde que as aulas presenciais foram suspensas, o que ocorreu em março no RS, as alternativas remotas escancararam o abismo entre a educação pública e a privada. No Estado, 62,4% dos estudantes de escolas privadas têm computador e acesso à banda larga em casa; o percentual cai para 25% entre os alunos de instituições estaduais e 12% nas municipais. Os dados foram divulgados na sexta-feira pelo Comitê Popular Estadual de Acompanhamento da Crise Educacional no Rio Grande do Sul. 

A pesquisa mapeou ainda os riscos do retorno das aulas presenciais: 22,6% dos pais contam ter pessoas acima de 60 anos em casa, 54% dizem ter em casa pessoas com doenças respiratórias e 54% citam outras doenças, como diabetes, pressão alta e câncer. 

Em outros estados, já houve autorização para o retorno às escolas – No RS, ainda não há previsão de volta às aulas presenciais, mas outros estados já sinalizam ou mesmo liberaram o retorno. No Amazonas, a rede privada já retomou as atividades e a rede estadual de Manaus poderá retornar a partir de 10 de agosto. No Rio de Janeiro, a prefeitura autorizou o retorno facultativo para algumas séries. As definições preocupam professores e trabalhadores em educação. Médica infectologista e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Marise Reis alerta para a possibilidade de um “número razoável de casos” entre crianças no retorno presencial e o despreparo do sistema de saúde pediátrico. Mesmo que as infecções entre elas sejam raras, por uma questão matemática, a exposição de milhares de alunos pode elevar o total de infectados. Aliás, uma pesquisa recente revelou carga viral maior em crianças menores de cinco anos do que em adultos, o que pode significar uma capacidade relevante de transmitir a Covid-19. Os autores do estudo acreditam que o potencial dos pequenos espalharem a doença provavelmente foi subestimado porque a maioria das escolas e creches foram fechadas no final de março.

Outros links:

  • Mais um domingo ensolarado em que Porto Alegre registrou aglomerações em parques e outras áreas de lazer. Teve até engarrafamento em Ipanema.
  • Efeito da pandemia, diversos bares, restaurantes e lojas estão cerrando as portas. Confira 13 pontos comerciais fechados em bairros centrais da Capital.
  • O edital de concessão do Mercado Público recebeu duas propostas na última sexta-feira. Os envelopes, contudo, não podem ser abertos por conta de uma suspensão determinada pelo TCE do Estado. O caso reacendeu o debate sobre transformação do espaço, como ocorreu em outras cidades brasileiras.
  • Aos que passam pela Avenida Sertório todos os dias, um aviso: o trecho entre a avenida Paul Zivi e a rua Tito Chaves será bloqueado nos próximos 30 dias para a implementação de uma adutora. A obra começa a partir das 9h de hoje.
  • Autoridades estaduais e federais investigam mais de 600 pessoas por uso indevido do auxílio emergencial no RS
  • O total de famílias endividadas no Estado aumentou de 22,1% para 27,8% em julho.
  • Depois de curado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) veio a Bagé na sexta-feira para uma visita de cinco horas. Inaugurou unidades do Minha Casa Minha Vida e uma escola cívico-militar, provocou aglomerações e exibiu uma caixa de cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada no tratamento da Covid-19. 
  • Rio Grande, que já foi referência no combate ao coronavírus, hoje apresenta uma das maiores médias móveis no aumento de mortes no Sul do Estado. O município vai criar um comitê para investigar as mortes causadas pela doença.
  • A Havan protocolou um pedido de licença para construir sua terceira loja no Estado, desta vez em Lajeado. De acordo com a coluna de Giane Guerra (🔒), de GaúchaZH, os empreendimentos da empresa geram na média de 120 a 150 empregos, e um investimento de 25 milhões.
  • O youtuber e empresário Felipe Neto vai processar o jornalista Gustavo Victorino, da TV Pampa, por tê-lo chamado de “pedófilo” e “depravado”.


Cultura

Três (ou mais) perguntas para Laure Briard

Foto: Coquetel Molotov/Divulgação

Francesa que já gravou com a banda goiana Boogarins, a cantora Laure Briard lançou há pouco uma regravação de Grandeza, música do artista brasileiro Sessa. A intérprete falou com a gente sobre a paixão pela música brasileira e outras influências sonoras, comentou a cena indie francesa atual e lamentou as restrições impostas pela pandemia aos artistas: “Na maior parte do tempo eu excursiono no exterior, então não sei se poderei viajar. Isso me deixa triste”. Confira a entrevista.

Agenda

Gal Costa e a banda Rubel lançaram Baby, música de Caetano Veloso interpretada em apresentação de Gal com o grupo, realizada em fevereiro.

A cantora Laura Finocchiaro lançou o single Asfixia, acompanhado de clipe, com letra do compositor cearense Flávio Paiva.

Desenvolvido pelo Mestrado Profissional em Indústria Criativa da Universidade Feevale, o estudo “Covid-19 e os impactos na Indústria Criativa do Rio Grande do Sul” apresenta dados preliminares sobre a situação do setor diante da pandemia.

Mais dicas? Acesse aqui.


Você viu?

O coronavírus vem causando inúmeros prejuízos na saúde e na economia. Mas ele não tem força contra aquele que é o alimento mais poderoso para um bebê: o leite materno. Mesmo infectadas pela Covid-19, mães podem amamentar, basta higienizar bem as mãos e usar máscara durante o processo. Uma notícia a ser celebrada, especialmente nesta que é a Semana Mundial do Aleitamento Materno. A Associação Gaúcha de Consultoras em Aleitamento Materno vai promover um “mamaço” online no próximo dia 8, um evento com atividades como yoga baby e pocket show de Claus e Vanessa. Ao longo da semana, haverá lives para debater a amamentação e sua relação com outros temas, desde a prematuridade até a maternidade homoafetiva. As conversas rolam no perfil da entidade no Instagram.

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