Médicos do SUS batiam ponto mas não trabalhavam
Foto: Divulgação/ Hospital Conceição
Dez médicos concursados do Hospital Nossa Senhora da Conceição chegavam à instituição, batiam o ponto e saíam para trabalhar em outros hospitais, clínicas e consultórios ou ainda para fazer atividades corriqueiras, como compras, ou ir à academia. Foi o que descobriram investigadores da Polícia Federal que acompanharam a rotina desses profissionais por seis meses, após receberem uma denúncia anônima. Segundo a PF, em alguns dias, os médicos entravam por um portão e saíam por outro. Às vezes, voltavam para bater o ponto com uma roupa diferente. Na manhã de ontem, os agentes cumpriram 11 mandados de busca e apreensão em outros locais de trabalho dos investigados. O objetivo é confrontar os dados do ponto no Conceição com atividades realizadas fora do hospital. Os suspeitos, cujos salários variam entre 14 e 31 mil reais, ainda não foram ouvidos. Os depoimentos vão permitir dimensionar os impactos das fraudes no atendimento do Conceição, que opera apenas pelo SUS. O Grupo Hospitalar Conceição (GHC) disse ter aberto sindicância interna para apurar as irregularidades.
Sucesso do Festival Turá não demove planos de pavimentar área do Anfiteatro Pôr-do-Sol – Depois de quatro anos sem receber eventos, o Anfiteatro Pôr-do-Sol voltou a abrigar atividades culturais. O Festival Turá reuniu 20 mil pessoas nos dias 18 e 19 de novembro, mas a prefeitura argumenta que o local não é atrativo para locação. Ao menos não da maneira como está, e nem na época em que a concha acústica ainda não estava em ruínas. Os planos do município envolvem uma ampla área pavimentada para receber megaeventos — e não de gramado, como é hoje. O parque Harmonia, do outro lado da avenida Edvaldo Pereira Paiva, vai ter um destino parecido. Agora, entidades ambientais pedem a preservação da concepção original do anfiteatro, evitando que se repita no local o que ocorreu no parque vizinho, onde foram derrubadas 400 árvores. Para o grupo, é importante que as atividades culturais estejam “em harmonia com gramados, arborização atual e mata ciliar”, valorizando a integração entre a paisagem natural e a população de Porto Alegre. Leia a reportagem completa na Matinal.
Justiça determina reintegração de demitidos do Instituto de Cardiologia – Uma liminar emitida pela Justiça determinou que os 223 trabalhadores demitidos do Instituto de Cardiologia nos dias 16 e 17 de novembro sejam reintegrados à instituição. Segundo a juíza Ana Paula Keppeler Fraga, da 22ª Vara do Trabalho de Porto Alegre, a demissão coletiva não teve negociação prévia com os sindicatos das categorias envolvidas, como prevê uma decisão do STF. Agora, a Fundação Universitária de Cardiologia (FUC), responsável pelo hospital, tem cinco dias para apresentar a documentação relacionada às rescisões. O Sindicato dos Enfermeiros no Estado do Rio Grande do Sul (Sergs) comemorou a decisão em meio a uma “situação de crise”. Com uma dívida de cerca de 343 milhões de reais, a FUC teve o pedido de recuperação judicial aceito pela Justiça na manhã de segunda. A condição vai permitir ao hospital seguir em funcionamento enquanto negocia suas dívidas.
Lotações vivem crise histórica na capital – Em 2017, as lotações transportaram 11.731.659 passageiros. A previsão para este ano é que 5,4 milhões usem os micro-ônibus de três cores. Isso significa que em apenas seis anos, o tradicional sistema de transporte seletivo urbano de Porto Alegre vai perder mais da metade dos seus usuários. A queda acentuada impôs ao serviço a pior crise de sua história. Atualmente, 221 veículos operam em 19 linhas. Outros 122 carros que faziam o serviço estão parados. Lançadas em 1976, as lotações viraram símbolo do transporte na capital, mas entraram em declínio a partir de 2015, com a popularização dos aplicativos de transporte individual. A situação se agravou em 2020, com a pandemia, quando as pessoas evitaram o transporte público. O presidente da Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação de Porto Alegre (ATL), Magnus Isse, também atribui a crise ao preço da tarifa, que não recebe subsídio da prefeitura, ao contrário do que acontece com a de ônibus. Hoje, para andar de lotação, o passageiro precisa desembolsar 8 reais. No ônibus, a passagem custa 4,80 reais.
Outras notícias:
- Arquitetos defenderam a inclusão do antigo prédio da Smov no inventário municipal. A medida impediria demolição do edifício, considerado um ícone da arquitetura modernista da cidade.
- A partir de amanhã, o Centro Histórico terá novas alterações no trânsito devido às obras do Quadrilátero Central, incluindo mais um bloqueio na rua Doutor Flores.
- Após avaliar a construção de um espaço para atividades culturais, a Ospa desistiu de ocupar uma área de 12 mil metros quadrados no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho.
- Candidato tetraplégico denunciou discriminação no vestibular da UFRGS após ser obrigado a escrever redação à mão. A universidade alega falta do pedido de atendimento diferenciado para PCD.
- A propósito, o concurso realizado no último final de semana registrou a menor taxa de ausência dos últimos anos. A UFRGS também divulgou as médias de todas as provas.
- Em sessão solene na Câmara dos Vereadores, o atacante do Grêmio Luis Suárez recebeu o título de cidadão de Porto Alegre. “Foi uma cidade que me abraçou desde o primeiro momento”, disse o uruguaio.
- Em Uruguaiana, novo empreendimento que utiliza casca de arroz para produzir energia elétrica recebeu autorização para iniciar obras. A iniciativa busca fortalecer o sistema local e regional.
- Juremir publica uma carta recebida de um amigo brasileiro que vive em Buenos Aires e tem estudado a figura de Javier Milei, o presidente recém eleito pelos argentinos: “Milei é Jair Bolsonaro e Paulo Guedes na mesma pessoa”.
Ensaios sobre RAP, negritudes e outras formas de existir
A Parêntese publicou um trecho do livro Linhas de cura – Ensaios sobre RAP, negritudes e outras formas de existir, recém lançado por Negra Jaque, rapper, compositora, apresentadora e produtora cultural.
Após séculos de violência e de ausência, é fundamentalmente decisivo que as populações minorizadas sejam narradoras de suas próprias histórias. Pesquisar sobre a cultura hip hop, um movimento prioritariamente negro e diaspórico, representa produção dos saberes emancipatórios iniciados e orquestrados pelo Movimento Negro, entendedor da importância do discurso e de um lugar de fala político e educacional. Espaços como as casas de hip hop são a concentração desses saberes emancipatórios, representação de uma diáspora viva negra.
Leia o trecho completo aqui.
Cultura
“Ó Paí, Ó 2” celebra a cultura e a resistência da negritude baiana
Continuação do filme de sucesso lançado em 2007, Ó Paí, Ó 2 (2023) marca o retorno de Lázaro Ramos ao Pelourinho como o cantor Roque, um dos personagens mais marcantes da carreira do ator. Com direção de Viviane Ferreira, a comédia musical que celebra mais uma vez a cultura e a resistência da negritude baiana chegou aos cinemas na última semana. Confira a resenha de Roger Lerina.
Agenda
O filme Incompatível com a Vida terá exibição seguida de debate, às 19h, no CineBancários.
O Teatro Oficina Olga Reverbel recebe o espetáculoNegreiros: Histórias que a História Não Conta, às 19h.
A banda norte-americana de hardcore, Off!, sobe ao palco do Opinião, às 20h.
Às 21h, o Trio Jazz, formado por Antônio Flores, Lucas Esvael e Bruno Silva, se apresenta no Grezz.
Clique nos links para informações sobre ingressos, endereços e detalhes dos eventos.
Você viu?
Para ampliar o conhecimento sobre uma das florestas mais importantes do mundo, o Instituto de Física da USP São Carlos criou um jogo educativo em que é possível explorar a Amazônia virtualmente. Voltado a jovens e crianças, o game apresenta a diversidade da fauna e flora da região em recursos 3D, além de desafios e quizzes interativos. A novidade chega em um momento de queda de 22,3% no desmatamento da região, registrada no período entre agosto de 2022 e julho deste ano. Os bons resultados se devem ao aumento da fiscalização federal. Apesar da redução, o patamar de destruição ainda é alto, e as queimadas estão cada vez mais intensas, agravadas pela falta de chuvas e a passagem do El Niño. Por isso, ainda é preciso manter o alerta para a preservação da nossa Floresta Amazônica.
