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RS caminha para déficit de 10 mil professores no Fundamental e no Médio

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RS caminha para déficit de 10 mil professores no Fundamental e no Médio Foto: Camila Domingues/Palácio Piratini Divulgação

Está em queda a produção de um dos pilares mais importantes para o futuro do Rio Grande do Sul. Conforme estudo do Sesi-RS, o estado está falhando na formação de professores para a educação básica e deve deixar a próxima geração de crianças e adolescentes submetida a um déficit superior a 10 mil profissionais. Como a população jovem está em queda, haverá menos necessidade de docentes no futuro, mesmo assim o RS deve fracassar em desenvolver os profissionais necessários. Conforme as projeções do estudo “Apagão de Professores: Uma Análise dos Impactos da Oferta de Docentes no RS”, a demanda será de 94,1 mil profissionais em 2040, mas a tendência é que só existam 83,7 mil disponíveis. As safras de professores serão menores devido à falta de atratividade da profissão. Só entre 2020 e 2021, a queda de novos ingressantes nas licenciaturas foi de quase 60% no estado. Algumas áreas preocupam mais, segundo o trabalho do Sesi: matemática, geografia e sociologia estão entre elas. No ano passado, um levantamento semelhante, feito em âmbito nacional, projetou um déficit de 235 mil professores no país em 2040. 

Famílias resistem a remoção e buscam demarcação de quilombo – Em meio a propostas da prefeitura para que deixem a área, cerca de 20 das 100 famílias que vivem na Vila Caddie estão mobilizadas para permanecer e querem que o local seja reconhecido como quilombo. A comunidade, que se ressente de serviços públicos precários, fica ao lado do Country Club, baluarte das classes mais privilegiadas de Porto Alegre. Entidades que defendem os quilombolas atribuem a movimentação para removê-los a interesses imobiliários, o que é negado pela prefeitura. Provocada pelo Ministério Público Estadual, a Justiça determinou, em 2020, que a prefeitura reassentasse as famílias, mas em março deste ano a Fundação Cultural Palmares aprovou a autodeterminação da Caddie como comunidade quilombola, abrindo caminho para o processo de certificação pelo Incra. O município tem oferecido indenizações para os moradores saírem, o que a Frente Quilombola do Rio Grande do Sul vê como uma ameaça aos que desejam o reconhecimento do quilombo.

Supermercado vai pagar 6,5 milhões de reais por caso de tortura – Um ano depois de dois homens serem torturados em um de seus depósitos, a rede de supermercados Unisuper fechou um Termo de Ajustamento de Conduta com a Defensoria Pública do Estado. A empresa terá de investir 6,5 milhões de reais em campanhas de conscientização, criação de ouvidoria, oferta de bolsas de estudo e distribuições de cestas básicas. O caso ocorreu em 12 de outubro do ano passado, em uma loja de Canoas. Acusados de furtar um par de pacotes de picanha, dois homens foram conduzidos ao depósito do supermercado e espancados durante 45 minutos. Sete pessoas que trabalhavam no supermercado, incluindo um subgerente, foram indiciados por tortura. Inquérito policial concluiu que abordagens violentas como aquela eram frequentes no estabelecimento. Depois de assinar o TAC, a rede divulgou uma nota em que afirma estar comprometida com o respeito à vida e com valores éticos e morais. Em 2020, logo após o assassinato de João Alberto Freitas por dois vigilantes em uma unidade do Carrefour, a Matinal publicou uma reportagem mostrando que a atitude violenta dos seguranças não era um caso isolado na rede francesa.


Reportagem Matinal

Prefeitura não ajuda comunidade a reabrir creche danificada em enchente

Deixados à própria sorte pela prefeitura, moradores do bairro São José resolveram unir esforços para salvar por conta própria uma escola comunitária que atende gratuitamente 78 crianças da comunidade. Fundada por iniciativa da população há 35 anos, a Escola de Educação Infantil Acomur foi duramente atingida pela enchente do mês passado: a enxurrada fez uma cratera se abrir sob o refeitório. Laudo da Defesa Civil indicou que o estabelecimento não poderia continuar em funcionamento naquelas condições, por risco à segurança. A suspensão das atividades ocorreu em 18 de setembro, deixando as crianças sem escola e os pais sem alternativa de atendimento.

A educação infantil é responsabilidade municipal, mas a prefeitura de Porto Alegre não oferece vagas suficientes em sua rede. Neste ano, 6 mil matrículas foram barradas por falta de vagas. Para minimizar a carência, o município firma convênios com creches comunitárias como a Acomur, que recebe dos cofres públicos 600 reais ao mês por criança. Com esse repasse, precisa cobrir todas as despesas, que incluem alimentação e salários. 

Levando em consideração que a Escola Acomur presta um serviço ao município e o contexto de auxílio do poder público às vítimas das chuvas, o presidente da instituição, Luiz Fernando Fagundes, bateu à porta da prefeitura para buscar recursos para as obras de reparação, orçadas em 21 mil reais. O governo municipal deu-lhe as costas, informando que o problema não é da sua alçada: “Eles não arcam com manutenção”, lamenta Fagundes. Procurada pela Matinal, a prefeitura justificou sua posição com a alegação de que não pode se responsabilizar por obras em escolas conveniadas e que não há subsídio público para consertos.

Além de não ajudar, a prefeitura, por meio de um de seus braços, o Dmae, ainda propôs que a escola permaneça fechada para sempre. Em visita à escola, técnicos do departamento sugeriram que a Acomur fosse demolida, por “ter sido construída sobre um córrego”, o que é irregular.  Abandonados pelas autoridades, os moradores do bairro São José estão tentando levantar fundos eles próprios para salvar a escola – e assegurar o direito das crianças à educação.

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Outros links:

  • Com a interdição da ciclovia por causa das chuvas, as calçadas da Avenida Ipiranga passaram a ser palco de uma disputa entre ciclistas e pedestres.
  • Por falar em calçadas, reportagem do Correio do Povo mostra que pessoas com deficiências físicas e visuais encontram dificuldades para circular nos passeios públicos de Porto Alegre.
  • No Parque Moinhos de Vento, devem estar terminadas até o fim de novembro as obras das novas quadras esportivas. Serão quatro: beach tennis, futevôlei e duas poliesportivas.
  • Campanha Nacional de Multivacinação começa neste sábado, com programação especial para as crianças. A abertura será na Esplanada da Restinga, às 10h, mas outras unidades da cidade também vão atender.
  • O fenômeno El Niño é apontado por especialistas como responsável pelo aumento das mortes de pinguins no litoral norte do estado.
  • Reportagem do Sul21 retrata a aflição da comunidade da Escola Estadual de Ensino Fundamental Euclides da Cunha, temerosa de que o fechamento temporário possa levar ao fim da instituição.
  • Na última coluna sobre o temaJuremir segue sua investigação sobre a relação de Machado de Assis com a questão racial. “Por que o horror da escravidão não foi o principal tema do sensível Machado de Assis?”

Quem lê o que se escreve? 

A impressão de um certo boom da escrita nos últimos anos foi o gatilho para a pergunta que guia a edição de outubro da Parêntese: todo mundo é escritor? Reportagem de Fernanda Simoneto mostra que o tempo que dedicamos aos nossos celulares e às centenas de mensagens escritas que pipocam em diferentes aplicativos nos dá a sensação de que escrevemos e lemos mais do que em qualquer outro momento da história – mas os índices educacionais e de leitura no Brasil não indicam a mesma tendência.

Você acorda e já se vê tateando a superfície mais próxima em busca do seu celular. Abre o aplicativo de mensagens e checa quem te procurou durante a madrugada. Responde um zap aqui e acolá, atendendo a demandas pouco (ou nada) urgentes. Levanta, vai ao banheiro, faz suas necessidades básicas (essas, sim, urgentes) e já volta em busca do aparelho. Dessa vez abre o X, o antigo e imortal Twitter, para ver a última discussão da bolha que também parece urgente, mesmo não sendo. Pode ser que deixe sua opinião registrada em poucos caracteres ou apenas leia os milhares de perfis que fazem isso.

Leia a reportagem completa aqui.


Cultura

“Depois da Cabana”

Netflix/Divulgação

O escritor Marcelo Carneiro da Cunha comenta a série de suspense alemã Depois da Cabana: “A série da Netflix vem para mostrar – pra surpresa de ninguém – que os alemães sabem escrever histórias assustadoras. Ora, vejam”. Leia a resenha.

Agenda 

Hoje
Às 12h30, o Musical Évoraapresenta o pianista Eduardo Moreira em recital no Foyer Nobre do Theatro São Pedro

O grupo de teatro Divina Bonecos encena o espetáculoBonecos de Pau, às 19h, no Teatro Oficina Olga Reverbel.

Às 21h, o cantor Vinícius Cantuária sobe ao palco do Espaço 373 acompanhado pelo Café Trio, formado por Nico Bueno (baixo), Luiz Mauro Filho (piano) e Lucas Fê (bateria).

Às 23h, o Reggae & Rap Festival recebe os shows de Cristal & MDN BeatzSintonize Brilho de Lata.

Quinta-feira (12/10)
Entre 12 e 14 de outubro, a Fundação Iberê promove programação especial para estimular a criação artística das crianças.

A Casa de Cultura Mario Quintana, o MARGS e o Museu Julio de Castilhoscelebram o Dia da Criança com diversas atividades.

Bloquinho Crionçasretorna ao Espaço Cultural 512, das 15h às 20h.

Às 16h, a Companhia de Ópera do RS e a Fundação Theatro São Pedro apresentam a versão infantil de A Flauta Mágica na Concha Acústica do Theatro São Pedro.

A magia das músicas infantis será tema do concerto de outubro da Orquestra Jovem do RS, no Teatro Renascença, às 17h.

Clube de Cultura recebe apresentação da cantora Adriana Deffenti, às 19h30.

Jei Silvanno e a banda Los Marias fazem show dedicado ao rock argentino, às 21h, no Bar Ocidente.

Veja a agenda completa


Você viu?

Algumas das 700 mil imagens que integram o acervo fotográfico do Palácio Piratini vão estar mais perto da população a partir de amanhã. A cada quinta-feira deste mês, serão publicadas fotos da coleção na conta do palácio no Instagram. As imagens documentam o dia a dia dos governadores e da sede do poder executivo ao longo dos últimos 70 anos. Atualmente, é possível ver as fotos em formato físico, no Acervo Fotográfico e Audiovisual do Palácio Piratini no Museu da Comunicação Hipólito José da Costa. Com a digitalização e a publicação na rede social, a direção do museu espera ampliar o acesso da população à coleção. As imagens já catalogadas estão disponíveis aqui.

Ônibus recuperados pela prefeitura em 1958 | Foto: Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa
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