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Soja avança sobre o Pampa, segundo bioma que mais perdeu vegetação nativa

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Soja avança sobre o Pampa, segundo bioma que mais perdeu vegetação nativa Foto: Fernando Dias / Palácio Piratini

Bioma predominante no Rio Grande do Sul, o Pampa perdeu 24% da vegetação nativa entre 1985 e 2022 segundo uma análise inédita do MapBiomas. O estudo (aqui em pdf) revela que os biomas que mais perderam vegetação nativa proporcionalmente foram o Cerrado (25%) e o Pampa (24%).

A pesquisa aponta o avanço da agropecuária sobre os principais biomas do país. No caso do Pampa, hoje quase metade (44%) da área é ocupada pelo agricultura – em 1985 eram 29%. Esse avanço indica uma mudança do perfil econômico do bioma, que é naturalmente apto à pecuária, por conta das pastagens naturais. Até o ano passado, a soja havia avançado 3,1 milhões de hectares no bioma gaúcho. A soja é atualmente a principal cultura do RS, com influência direta no PIB do Estado. Coordenador técnico do MapBiomas, Marcos Rosa alerta que o avanço da soja representa uma degradação do bioma.

Às vésperas da eleição do ano passado, a Matinal publicou reportagem que apontava que uma legislação específica para o Pampa seria um dos desafios do próximo governante, em especial num contexto de fragilização de mecanismos de proteção ambiental – o que não ocorreu até agora. Em sua primeira gestão, Eduardo Leite (PSDB) tratou as flexibilizações no Código Ambiental do RS como uma “modernização” das normas. 

Terras Indígenas – Em tempos de julgamento sobre a tese do marco temporal, vale destacar outra conclusão do MapBiomas: as Terras Indígenas contribuem para a preservação da vegetação no país. Segundo a pesquisa, entre 1985 e 2022, as TIs perderam menos de 1% de sua área de vegetação, enquanto nas áreas privadas essa taxa foi de 17%. Ocupando 13% do território nacional, as Terras Indígenas contêm 19% da vegetação nativa do Brasil.


O que mais você precisa saber

Ampliação do Bike Poa atrasa e deve ser concluída ainda em setembro – Diferentemente do estabelecido em contrato, não foi em agosto que os porto-alegrenses viram o sistema Bike Poa alcançar as 100 estações e as mil bicicletas compartilhadas. A ampliação da frota e da estrutura atrasou e a previsão agora é que seja concluída neste mês, conforme apurou a Matinal. De acordo com a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, o atraso se deu por conta de ajustes pedidos por parte do município. Por este motivo, não haverá sanções à Tembici, que coordena a operação. Atualmente são 80 estações, que fizeram o sistema avançar em novos bairros antes não atendidos, como São Geraldo, Santana e Ipanema. A projeção do grupo é de, além de instalar as 20 estações restantes, começar a disponibilizar bicicletas elétricas compartilhadas – cujo uso, vale lembrar, foi regulamentado há dois meses.

Cartório desistiu de comprar parte de praça no Centro Histórico – A Prefeitura comunicou que o titular do Registro de Imóveis da 1ª Zona desistiu de comprar parte da Praça Família Imigrante, na Rua Riachuelo, no Centro Histórico. Na semana passada, o local foi palco de um protesto contra a compra. Naquele dia, a Câmara de Vereadores votaria o projeto autorizando a transação – matéria que, após a pressão, foi retirada da pauta a pedido do governo. O projeto previa a venda de 20% da praça para o cartório, que adquiriu o prédio vizinho, o Edifício Tuyuty. A área seria vendida por 154 mil reais, que seriam revertidos ao Fundo Municipal para Restauração, Reforma e Manutenção do Patrimônio Imobiliário do Município de Porto Alegre (FunPatrimônio). Além disso, a venda permitiria a construção de um anexo ao cartório, contanto que este se responsabilizasse pela revitalização e manutenção do local e a criação de um espaço cultural. A Prefeitura não deixou claro se a proposta será arquivada, mas o prefeito Sebastião Melo (MDB) defende a instalação do cartório no Edifício Tuyuty para garantir a recuperação do prédio histórico e circulação de pessoas.

Condenada por empurrar Bobadra, Bruna Rodrigues aponta violência política de gênero – A deputada estadual Bruna Rodrigues (PCdoB) foi condenada pelo 1º Juizado Especial Criminal do Foro Central de Porto Alegre por empurrão no vereador cassado Alexandre Bobadra (PL). O fato ocorreu em outubro de 2021 durante uma sessão tumultuada na Câmara Municipal. Na época, ambos ocupavam cadeiras de vereador e, segundo a Justiça, Bruna empurrou o colega junto ao microfone de apartes, não havendo lesões corporais. Conforme os autos, o empurrão foi para evitar possível conflito entre Pedro Ruas (PSOL), que usava o microfone, Bobadra e Matheus Gomes (PSOL). A decisão da juíza Lisiane Barbosa Carvalho condenou Bruna por praticar vias de fato, com pena de 15 dias de detenção convertidos em multa. Em nota, a assessoria da deputada afirmou que ela irá recorrer da decisão e que a sentença é a “continuidade da violência política de gênero”, referindo-se ao indiciamento de Bobadra em março de 2022. Para a deputada, houve uma “nítida tentativa de vingança”, visto que o ex-vereador registrou a ocorrência criminal somente meses após o ocorrido e apenas um dia após ser indiciado.

Outros links:


Juremir Machado da Silva

O quarto estranho de Dalmon Galgut

Meu amigo Leandro Minozzo me deu dois livros do sul-africano Damon Galgut. Gostei muito do primeiro, A promessa, e bem pouco do segundo, Em um quarto estranho. Galgut é o autor de The good doctor. Se não gostei, para que falar do livro? Bem, é uma mania. Ler e comentar. Faço parte de uma época em que jornalista tinha obrigação de criticar, o que significava avaliar, positiva ou negativamente. Alguns preferiam dizer que queriam ajudar a compreender uma obra, sugerindo caminhos de leitura. “Em um quarto estranho” é bem escrito, mas não me convence. Embora seja apresentado como romance, conta três histórias independentes, salvo pelo fio condutor, o próprio Damon em viagens errantes pela África e alhures.

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Cultura

Fundação Iberê apresenta exposições de Afonso Tostes e Miguel Rio Branco

Foto: Miguel Rio Branco

Fundação Iberê exibe exposições de dois dos mais renomados artistas visuais brasileiros. Ajuntamentos reúne 25 trabalhos de Afonso Tostes, com destaque para obras que aproveitam restos e descartes de materiais. Em As Palavras Cruzadas, Sonhadas, Rasgadas, Roubadas, Usadas, SangradasMiguel Rio Branco apresenta mais de 120 obras, incluindo fotografias em preto e branco – incomuns na produção do artista – produzidas nos anos 1970, em Nova York. Confira as matérias do repórter Ricardo Romanoff sobre as mostras de Tostes e Rio Branco.

Agenda

De 4 a 6 de setembro, no Espaço Força e Luz, com o tema “Colaboração, Transmutação e Proposição”, o projeto Trilhas Artísticas debate a atuação profissional no campo da cultura em Porto Alegre.

Reunindo imagens obtidas do alto de um prédio no Centro Histórico da Capital, o longa Mirante, dirigido por Rodrigo John, está em cartaz no Espaço de Cinema – Bourbon Country e na Cinemateca Capitólio.

O pianista João Maldonado celebra os 65 anos da Bossa Nova com o single Meu Coração Sempre Me Avisa, que conta com a participação do músico Roberto Menescal.

O projeto Cabarés do Sul do Mundo – formado pelos espetáculos Cabaré da Mulher Braba e Cabaré do Amor Rasgado –, da Cia. Rústica, vai virar documentário dirigido por Luiz Argimon.

Veja a agenda completa


Você viu?

Você sabia que os animais cultivam amizades semelhantes às humanas? Assim como nós, eles também escolhem seus amigos baseados no fenômeno homofílico, ou seja, os parceiros com quem interagem possivelmente têm características em comum. Estudos recentes demonstram que, entre as semelhanças, estão a faixa etária, a forma de procurar comida e o compartilhamento de habitats. Além disso, é bem comum que as espécies também utilizem o toque físico como demonstração de afeto. Ah, e tem mais: está comprovado que manter boas relações de amizade pode proporcionar uma vida mais longa e saudável – isso vale tanto para humanos, como para os animais.

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