Reportagem

Acordo que cria 300 vagas em creches de Porto Alegre supre apenas 5% do déficit

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Acordo que cria 300 vagas em creches de Porto Alegre supre apenas 5% do déficit Foto: Pedro Piegas / PMPA
Rede municipal da Capital iniciou o ano letivo nesta quarta-feira sem resolver o problema da falta de oferta  Para reduzir o déficit de vagas para crianças em creches de Porto Alegre, a Prefeitura assinou nesta quarta-feira, 8 de fevereiro, um aditivo ao acordo firmado com a Defensoria Pública do Rio Grande do Sul no ano passado. O documento vai garantir mais 300 matrículas para a educação infantil, que retomou as aulas hoje. O número, porém, supre apenas 4,7% da demanda. Segundo cálculos do próprio Município, há um déficit de 6,3 mil vagas. Neste ano, mais 2 mil famílias entraram para a lista de espera, além das que já aguardavam por vagas em escolas de educação infantil da Capital. A defensora pública Andreia Paz estudava ajuizar ação contra o poder municipal caso a prefeitura não sinalizasse a assinatura do acordo. “Várias famílias agendaram atendimento. Esperamos resolver isso de forma extrajudicial, porque é mais célere e tem um custo menor”, observou. Ela estima que o número da demanda – principalmente para crianças de 0 a 3 anos – seja muito maior do que o informado, pois muitas pessoas nem ao menos se inscreveram por já saber que não havia oferta.  O pedido da Defensoria é que se aumente a rede pública ou conveniada para receber os alunos. Porém, diante da urgência, a alternativa adotada pelo Executivo é comprar vagas em instituições particulares.  Mãe de uma menina de 3 anos e meio, Danielly Silveira Souza recorreu à Defensoria para conseguir uma vaga, após tentar dois anos consecutivos, sem sucesso. “Sou mãe solo e a logística de cuidá-la cabe a mim”, explicou, ressaltando que a rotina atuando em uma brinquedoteca é impactada. “Minha filha precisa ficar com minha mãe que é idosa de 73 anos em casa, enquanto trabalho. É importante eu ter a estabilidade de um local que ela vá para me organizar nos horários para trabalhar.” Além da necessidade dos pais se colocarem no mercado de trabalho e terem onde deixar os filhos, a maior conscientização sobre a educação infantil para o desenvolvimento das crianças faz com que, cada vez mais, aumente a procura de escolas.  Isso é o que a vereadora Mari Pimentel (Novo) tem observado ao visitar mais de uma centena de instituições de ensino na Capital para o “Mandato nas escolas”, projeto que vem desenvolvendo para identificar as principais demandas das instituições e compartilhar com os vereadores da Câmara de Porto Alegre e pensar em soluções junto ao Executivo.  “A educação infantil está ganhando a proporção que deve. É necessário que existam planos elaborados e notas de desenvolvimento. É na escola que se identifica os primeiros traços de déficit de desenvolvimento. A criança que não teve o convívio escolar vai ter mais dificuldades socialização e de acompanhar a turma, por exemplo”, ressalta a parlamentar.  Para reduzir a demanda, ela defende que se amplie a rede própria e conveniada, tanto por uma questão de custos para a Prefeitura, como para a segurança das famílias. “O processo de judicialização (que acaba em […]

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