Reportagem

Isolamento de árvores na Redenção preocupa ambientalistas

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Isolamento de árvores na Redenção preocupa ambientalistas Foto: Tiago Medina

Prefeitura e bombeiros não sabem quem demarcou o local. A suspeita é que a proteção tenha sido colocada por causa de enxame de abelhas

Servidores da Prefeitura passaram a manhã de quinta-feira, dia 9 de fevereiro, monitorando um isolamento feito em árvores no Parque da Redenção, próximo ao Monumento do Expedicionário, e não conseguiram identificar o autor, nem o motivo. A suspeita é que alguém tenha notado a presença de um enxame de abelhas e colocado fita na área como forma de proteção. 

Na véspera, integrantes da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) temiam que isso indicasse um possível corte da vegetação, mas a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Smsurb) garantiu ao Matinal que não há derrubada prevista no local. As fitas, inclusive, foram cortadas. 

Porto Alegre tem três ocorrências por dia relacionadas a manejo de insetos

Desde o primeiro dia de 2023, os bombeiros já atenderam 139 ocorrências de averiguação e manejo de insetos em Porto Alegre. A bióloga Rosana Halinski, que é doutora em zoologia e especialista em abelhas, explica que nessa época do ano, quando há mais floração e, por consequência pólen e néctar disponíveis, as abelhas estão mais agitadas e também têm a tendência de se multiplicar. Naturalmente, as colônias crescem e não conseguem comportar todo o volume existente. Por isso, ocorre a enxameação, quando a superpopulação de abelhas se divide e parte delas voa junto para procurar outro local de instalação. 

“O grupo, do tamanho de uma bola de basquete, se desloca voando junto. As batedouras escolhem um lugar adequado para migrar e fazer o ninho”, conta. Normalmente elas não identificam um novo local de primeira. “Costumam parar em algum lugar e, se não for adequado, seguem juntas procurando até chegar no destino final.”

Como os parques têm árvores de grande porte, com um bom diâmetro, características procuradas pelos insetos, esse fenômeno é muito comum de ser visto por frequentadores. Halinski costuma ser chamada para fazer remoção de abelhas em condomínios, praças e até na Redenção, no Parcão e no Marinha do Brasil, durante a primavera e o verão. Nas zonas urbanas, ela alerta para o risco à população, pois a espécie de abelha existente que faz esse processo é a Apis mellífera, que tem ferrão e listras pretas e amarelas no abdômen. 

“Elas não costumam atacar, mas as pessoas ficam curiosas e, muitas vezes, atiram pedras, balançam a árvore ou jogam água”, afirma a bióloga, explicando que isso agita os insetos. A orientação é sempre chamar os bombeiros, que normalmente isolam a área e encaminham um biólogo ou apicultor para fazer a remoção. 

Cuidado ao remover o ferrão

Halinski observa uma confusão muito comum quando alguém é ferroado. “Para tirar o ferrão de maneira correta, não é indicado fazer o movimento de pinça. Isso vai injetar o veneno no corpo. A orientação é raspar com algum objeto disponível, ou até a unha. Nas emergências, costumam usar uma lâmina.” Se a pessoa é muito alérgica, uma ferroada é capaz de matar, dependendo da demora do atendimento, segundo a bióloga.

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