Ato golpista não tem adesão em Porto Alegre após STF determinar uso da força
Secretaria de Segurança Pública avalia que STF desmobilizou manifestantes bolsonaristas com previsão de uso da força e prisões em flagrante
Um efetivo com viaturas, motocicletas, micro-ônibus e cavalaria da Brigada Militar aguardou uma manifestação bolsonarista que não apareceu na tarde desta quarta-feira no Parque Moinhos de Vento, o Parcão, em Porto Alegre. O ato era intitulado “Mega manifestação nacional pela retomada do poder” e se daria 72 horas após os ataques à Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Consultada pelo Matinal, a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP) avaliou que a previsão do uso da força, respaldada em decisão do ministro Alexandre de Moraes, desencorajou o protesto antidemocrático anunciado em grupos de WhatsApp e Telegram.
No início da tarde, a pasta emitira um alerta antecipando que seus batalhões de choque estariam de prontidão “para agir, se necessário”: “Em cumprimento a ordem emitida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, não serão toleradas quaisquer ações que visem o bloqueio de vias ou rodovias, bem como a instalação de acampamentos ou ocupação de prédios públicos. As forças de segurança irão atuar primeiramente pelo diálogo. Caso não seja atendido o pedido das autoridades, será necessário o uso da força bem como aplicação de termo circunstanciado ou até mesmo de prisão em flagrante”.
Pelo menos duas motocicletas da Brigada Militar ocupavam cada esquina nos arredores do Parcão. Entre a Avenida Goethe e a Rua Mostardeiro, contavam-se oito soldados da cavalaria, além de um micro-ônibus. A SSP não registrou ocorrências nas regiões onde se anunciavam os protestos golpistas.
Protestos vazios em outras capitais
Convocações bolsonaristas pela “retomada do poder” fracassaram também em outras capitais. Em Brasília, a Praça dos Três Poderes e a Esplanada dos Ministérios não registraram aglomerações. Apenas servidores e turistas eram vistos na região, e o acesso ao entorno de prédios públicos exigia passar por revista policial.
Em São Paulo, o vão do Masp chegou a ser cercado por grades, mas não houve adesão ao protesto golpista convocado para a Avenida Paulista. No Rio de Janeiro, a concentração era prevista para o posto 5 da Praia de Copacabana. A decisão de Alexandre de Moraes atendeu a pedido da Advocacia Geral da União (AGU), que havia detectado novos riscos com os protestos.