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Com dois meses de atraso, coleta do Censo 2022 deve terminar em dezembro no RS e em Porto Alegre

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Com dois meses de atraso, coleta do Censo 2022 deve terminar em dezembro no RS e em Porto Alegre Coleta de dados em domicílios do Censo 2022 inicia em 1º de agosto Foto: Divulgação / IBGE

Dificuldade de suprir as vagas está ligada a mudanças no mercado de trabalho, segundo IBGE

Uma disponibilidade inesperadamente reduzida de recenseadores atrasou a coleta do Censo Demográfico 2022 em diversas cidades do país, incluindo Porto Alegre, além de outros municípios gaúchos. Com conclusão inicialmente prevista para 31 de outubro, a coleta deve terminar apenas em dezembro no Estado, segundo o coordenador do Censo no RS, Luís Eduardo Azevedo Puchalski. Os primeiros indicadores, preliminares, devem ser divulgados ainda no final de dezembro, ficando para o ano que vem a entrega gradual dos resultados completos da pesquisa. 

“Nunca conseguimos trabalhar com a quantidade de recenseadores que estava planejada. Ofertamos 11.200 vagas e sequer chegamos a 8 mil, mesmo no pico. Hoje trabalhamos com 6,5 mil recenseadores. As equipes menores tiveram impacto muito grande no ritmo da coleta”, explicou ao Matinal o coordenador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com Puchalski, a dificuldade de suprir as vagas está ligada a mudanças no mercado de trabalho e afeta sobretudo as cidades com melhores índices de emprego. “Onde houve mais dificuldades para encontrar recenseadores é onde a taxa de desemprego é mais baixa. Chegamos a trabalhar com 100% de equipes no Nordeste, onde as taxas de desocupação são maiores. Isso se evidencia dentro do nosso Estado – onde temos indústria, como na Região Metropolitana, na Serra e em certas cidades da região Norte, é mais difícil conseguir recenseadores. As empresas têm dificuldades de conseguir trabalhadores para ofertas de emprego permanente, e concorremos em desvantagem com essas empresas”, detalhou Puchalski.

Outra dificuldade levantada foi o impedimento de contratar Microempreendedores Individuais (MEIs), modalidade que hoje abrange mais de 14 milhões de pessoas, enquanto contabilizava centenas de milhares em 2010. Para conseguir concluir a coleta ainda neste ano, o IBGE liberou a contratação de MEIs e aposentados do serviço público. Os interessados devem procurar um dos 366 postos de coleta ou uma das 36 agências do Instituto no Rio Grande do Sul. O endereço de cada posto de coleta consta no site do IBGE. Na Capital, o cadastro pode ser feito na sede da superintendência estadual, na Avenida Augusto de Carvalho, 1205. O requisito mínimo para atuar como recenseador é ter ensino fundamental completo.

Até outubro, coleta havia entrevistado quase dois terços da população estimada no RS

Adiado dois anos em razão da pandemia, em 2020, e de um corte de gastos, em 2021, o Censo 2022 tem sido realizado com dois questionários – um com 26 perguntas, mais simples, e outro amostral, com 76 questões. As perguntas aferem desde o grau de parentesco das pessoas que vivem na mesma casa até o nível de escolaridade e detalhes de infraestrutura, como quantidade de banheiros e acesso ao saneamento básico.

Desde o início da operação, em 1º de agosto, até o 31 de outubro, haviam sido recenseadas mais de 7 milhões de pessoas no Rio Grande do Sul, sendo 3.726.283 mulheres e 3.447.097 homens, números que correspondem a 62,56% da população estimada. Até o último balanço, as entrevistas haviam alcançado 2.782.398 de domicílios gaúchos, sendo que 2.760.429 questionários foram preenchidos presencialmente. Em 49.272 residências houve recusa em responder ao questionário, o que corresponde a 1,55% dos domicílios ocupados já visitados.

Dentre a população recenseada no Estado até o momento, 18.151 pessoas se declaram indígenas, e 10.643 se declaram quilombolas.

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