Reportagem

Concessionária pede desculpa a artista de rua após impedir apresentação

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Concessionária pede desculpa a artista de rua após impedir apresentação Abraham Ponce se apresenta há 25 anos em Porto Alegre | Foto: Inez Gelatti / Divulgação
Conhecido pela fantasia de anjo nas ruas de Porto Alegre, Abraham Ponce foi chamado para reunião após repercussão de seu caso. Lei assegura apresentações nas ruas Certa feita, um jovem artista argentino chamado Julio Abraham Ponce decidiu que viajaria o mundo. A ideia juvenil era cruzar fronteiras, desprovido de bens, enquanto divulgava a sua arte. O plano, no entanto, durou 15 dias. Foi o tempo que ele levou até chegar a Porto Alegre e, pela capital gaúcha, se encantar e soltar âncora. Desde então, as apresentações são por ruas e pontos da mesma cidade. Há tempos, a fantasia é a mesma: um anjo, numa performance de estátua viva. E era vestido de anjo que Abraham estava no último sábado de abril, no trecho 1 da orla do Guaíba. Mas sua atuação foi interrompida de forma brusca por um funcionário da GAM3, que gerencia a área, concedida pela prefeitura em 2020 numa medida válida por 35 anos. O funcionário, numa abordagem insistente, cobrava indevidamente um alvará para autorizar a permanência do artista no local e ameaçava chamar a Brigada Militar. O caso ganhou repercussão com uma postagem do deputado estadual Leonel Radde (PT), que enviou um pedido de esclarecimentos à administração municipal. Conforme o parlamentar, a atitude do trabalhador da empresa desrespeita a lei municipal 12.821/21, que trata de apresentações em locais públicos de Porto Alegre e sem a exigência de qualquer autorização prévia, como alvará. Em pouco mais de dois dias de repercussão, Abraham foi convidado para uma reunião com integrantes da GAM3 e Secretaria Municipal da Cultura. No encontro, recebeu um pedido de desculpas e a garantia de que os artistas poderão continuar a se apresentar nas áreas públicas sob concessão. Após abordagem, GAM3 assegura espaço a artistas de rua  “Eles erraram feio”, comentou Abraham ao Matinal, na tarde da última sexta-feira, logo após a reunião com a SMC e a empresa. “Pediram desculpa, mas essa desculpa não é para mim, tem que ser para o povo de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil… Foi o que pedi para eles”, acrescentou, descrevendo o fato no sábado anterior não como uma ferida nele, mas, sim, com a população de Porto Alegre, “que me conhece há anos”.  Por meio de nota após a reunião com Abraham, a GAM3 assegurou que dará espaço a todos os artistas de rua e que orientará melhor suas equipes de abordagem. “Assumimos o compromisso de dar suporte aos artistas de rua para poderem exercer sua arte”, diz o comunicado. A Secretaria Municipal da Cultura não chegou a se manifestar após contato do Matinal, mas a Secretaria do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade reforçou que as apresentações nas ruas estão abrigadas pela lei 12.821/21, ainda que abra espaço para a comunicação anterior ao concessionário. “A Lei prevê ainda que o Executivo Municipal seja informado anteriormente à manifestação, a fim de que seja possibilitado o compartilhamento do espaço. Em se tratando de uma concessão – ou seja, da delegação de um serviço público – admite-se que a […]

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