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Maioria dos internados por covid no RS não tomou dose de reforço da vacina

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Maioria dos internados por covid no RS não tomou dose de reforço da vacina Foto: Divulgação / HCPA

CORREÇÃO: Após a publicação da reportagem, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) enviou à redação do Matinal uma correção dos números, que haviam sido enviados pela pasta e usados para embasar o texto original – que indicava, equivocadamente, que a maioria dos internados entre 1º e 27 de janeiro tinha o ciclo vacinal incompleto no RS. O título e a matéria foram atualizados na tarde desta quinta-feira, 3 de fevereiro.

Mais de 70% dos pacientes internados por conta da covid-19 no Rio Grande do Sul em janeiro não tomou a dose de reforço da vacina contra o coronavírus. O dado foi identificado Secretaria Estadual da Saúde (SES) com base em informações referentes até a última quinta-feira, dia 27 de janeiro. Impulsionado pela variante ômicron, o primeiro mês de 2022 é o recordista de diagnósticos da doença no RS, com mais de 359 mil – cerca de 120 mil a mais do que março de 2021, que era o pior mês em novos casos até então.

Segundo a SES, houve 1.884 internações de pacientes com covid-19 no Estado entre 1º e 27 de janeiro. Desse total, 374 não tinham registro de nenhuma vacina, enquanto 153 haviam tomado apenas uma dose. Outros 842 receberam as duas doses e 515 dos hospitalizados tomaram duas doses e o reforço. No total, a proporção de pessoas que não tomaram a dose de reforço corresponde a 72% das internações no período.

Apesar de evidenciar a importância da vacinação, uma vez que o número de mortes é muito inferior a outros períodos de pico da pandemia, os dados mostram que mesmo pessoas vacinadas precisam manter cuidados para se prevenir do contágio, em especial os grupos de risco. Vale ressaltar que o levantamento não considerou outras variantes, como idade dos pacientes ou comorbidades.

Apesar de ser tida como mais leve, a ômicron fez o sistema de saúde do Rio Grande do Sul voltar a ser pressionado, mesmo que não em patamares similares ao colapso de março passado. Em 1º de janeiro, era 142 o número de pacientes com covid em leitos clínicos. No sábado, dia 28, eram 1.292. No dia seguinte, houve uma redução para 1.263.

O crescimento também se deu em leitos de UTI. No primeiro dia do ano, 155 pacientes com covid estavam em terapia intensiva. No sábado, esse total havia triplicado: 479 – maior número deste pico até aqui. No domingo, com um pequeno recuo, a lotação estava em 470 no início da noite. O RS conta, ao todo, com 3.078 leitos de UTI. Mais de 61% estavam ocupados neste domingo.

Mortes

Quanto aos óbitos, entre 1º e 27 de janeiro ocorreram 330 mortes relacionadas ao coronavírus. Pelos dados da SES, 65 das vítimas não tinham tomado nenhuma dose, enquanto 10 haviam recebido apenas uma. Quanto as outas, 99 completaram o esquema vacinal e se reforçaram, enquanto 156 tomaram duas doses, sem o reforço.

Depois do período deste levantamento, entre os dias 28 e 31 de janeiro, mais 209 mortes relacionadas à covid foram registradas no RS. Desde o início da pandemia, a doença levou a óbito 37.041 pessoas residentes no RS.

Hospitalizações de crianças disparam

A pressão da ômicron também se dá no público pediátrico. Levantamento de GaúchaZH apurou que até a noite deste domingo, o número de crianças hospitalizadas, tanto em leitos clínicos quanto de UTI, teve um salto expressivo ao longo do mês, de 4 para 31 e de 3 para 20, respectivamente.

Crianças a partir de 5 anos só começaram a ser vacinadas contra a covid em 19 de janeiro. De acordo com o boletim regional do Sistema 3As de monitoramento da pandemia, apenas 1,1% do grupo de 5 a 11 anos já receberam uma vacina. Proporcionalmente, a região de Porto Alegre, com 2,5% do grupo alcançado, é a mais avançada.

A expectativa do presidente Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e membro do Comitê de Infectologia da SPRS, Juarez Cunha, é que este índice ganhe velocidade a partir do ingresso da Coronavac no calendário, o que iniciou no dia 26 no Rio Grande do Sul. 

“Quanto maior o percentual de pessoas vacinadas, independente da idade, menor a possibilidade das pessoas adoecerem de forma grave e precisarem hospitalização. O que se percebeu, até mesmo a partir de experiências no exterior, é que diante dessa nova configuração do vírus, precisaram hospitalização especialmente aqueles que não estavam vacinados. Isso reforça a importância da vacinação no grupo das crianças”, afirmou Cunha.

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