“Meta da prefeitura é tímida”, diz Sgarbossa sobre proposta de ampliação de ciclovias em Porto Alegre
Ex-vereador de Porto Alegre e cicloativista, Marcelo Sgarbossa participou de live do Matinal nesta quarta-feira
Já se passaram 13 anos desde a aprovação do Plano Diretor Cicloviário Integrado (PDCI) de Porto Alegre, que prevê 496 quilômetros de vias exclusivas para bicicletas. Hoje a cidade conta com 68 quilômetros e uma promessa da atual gestão de chegar a 100 quilômetros em 2024. Para Marcelo Sgarbossa, ex-vereador e diretor do Laboratório de Políticas Públicas e Sociais (Lappus), a meta é “tímida”. Em live promovida pelo Matinal nesta quarta-feira, comentou a proposta da Prefeitura. “Se em 15 anos nós chegarmos a 100 km, vai ser preciso mais 100 anos para chegar nos 500 km”, brincou, e completou: “que bom que temos uma meta, mas ela é meio tímida”.
Na semana passada, a Prefeitura apresentou o Plano Cicloviário de Porto Alegre e anunciou que realizará, em setembro, um seminário para ouvir, além de cicloativistas, entidades do comércio, da saúde, de ensino e conselhos municipais. Em paralelo a essa discussão, tramita na Câmara de Vereadores um projeto de lei complementar de Idenir Cecchim (MDB) que pode criar uma nova barreira para que essas áreas exclusivas avancem. O PLCL 03/22 prevê que a implementação de ciclovias e ciclofaixas dependam da consulta e autorização prévia de moradores e de empresários da via em que será realizada a obra. “Quero rediscutir o Plano que é torto, mal feito. Há ciclovias que não passam nenhuma bicicleta”, disse ao Correio do Povo. Cecchim afirmou ainda receber muitas reclamações de pessoas “que agora não têm onde estacionar os carros”.
Sobre a crítica de que há ciclovias ociosas, Sgarbossa afirma que, nos últimos anos, a lógica da Prefeitura na criação de vias exclusivas para bicicletas tem sido “a de onde menos atrapalha os motoristas”. Ele cita o exemplo de um trecho localizado na Rua Adão Mascarenhas, na zona norte. “Tem 800 quilômetros no meio da pista, junto ao canteiro central. Não liga nada a lugar nenhum, mas por que fizeram? Pra poder dizer que tem mais 800 quilômetros de ciclovia. E ainda não precisou tirar nenhuma vaga de estacionamento”.