Pesquisadores da UFRGS lançam repositório com informações das enchentes
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A enchente deste mês atingiu 242 mil residências na Região Metropolitana de Porto Alegre – 85 mil apenas na capital, a cidade com o maior número de casas com algum dano registrado. Em Canoas, houve 154 mil pessoas afetadas, maior número no estado, ainda que, proporcionalmente, a cidade com mais danos tenha sido Eldorado do Sul, que teve 80% de sua população com a rotina modificada pelas cheias.
Os dados acima, e outros, foram compilados por um grupo de pesquisadores da UFRGS, que publicou um repositório com informações e previsões a respeito dos efeitos das enxurradas que mudam a rotina do Rio Grande do Sul desde o fim de abril. O material é editado pelo hidrólogo Iporã Possanti e o engenheiro ambiental José Müller.
Os dados obtidos via satélite são cruzados com outras informações, como o censo, obtendo análises sobre domicílios impactados, área atingida e número de pessoas afetadas. Além de informações, a página dispõe de mapas para o público em geral – pensado para uma melhor usabilidade em aparelhos celulares –, e mapas avançados, voltados a gestores públicos e pesquisadores. Os mapas serão atualizados ao longo do desenrolar da crise.
Ao todo, 52 pessoas se envolveram na construção do projeto. “A gente percebeu que havia uma motivação muito grande das pessoas em gerar conteúdo e mapas. A partir da nossa experiência, decidimos fazer essa plataforma para agrupar esse conteúdo e ter um local único para isso”, comentou Müller. “Em um verdadeiro mutirão, conseguimos fazer diversos mapeamentos, de escolas à mancha de inundação.”
Faculdade de Economia apresenta propostas
Outra iniciativa oriunda da UFRGS ao fim da primeira semana da enchente foi a elaboração de um manifesto de professores da Faculdade de Ciências Econômicas, no qual o grupo apresentou 14 recomendações e propostas para a reconstrução econômica do Rio Grande do Sul. O conteúdo é detalhado ao longo de 38 páginas.
O próprio documento cita cinco que considera destaques: 1. Suspensão do pagamento do principal e do serviço da dívida do estado com a União, com sua imediata reestruturação; 2. Criação do Fundo Constitucional da Região Sul para a mitigação dos riscos climáticos; 3. Capitalização do BRDE, do Badesul e do Banrisul; 4. Elaboração de programa federal para reestruturação de dívidas privadas junto ao Sistema Financeiro Nacional; e 5. Criação da Fundação de Estudos Estratégicos do Rio Grande do Sul.
Nesta semana, professores da Escola de Administração da UFRGS devem lançar outro documento no mesmo sentido.
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