Ensaio

Do mar e de algo da natureza: ainda sua presença em nomes de prédios

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Do mar e de algo da natureza: ainda sua presença em nomes de prédios Foto: Arquivo pessoal

Quanto mais caminho para cima e para baixo pelas ruas da cidade, a fotografar e anotar, mais me dou conta que elementos da “natureza”, ou do “ambiente dito natural”, se fazem presentes na escolha da nomeação de prédios residenciais ou comerciais. Em dois artigos anteriores abordei nomes de pedras, bichos, plantas, acidentes geográficos, astros e minerais, a designar edificações na cidade. Agora me dedico ao mar e aos oceanos, e alguns outros tópicos no terreno da natureza que colhi nas recentes caminhadas pela cidade.

Começo pelo que mais me chama a atenção. O Brasil tem quase 7.500 quilômetros de extensão litorânea, toda ela banhada pelo Oceano Atlântico. Embora eu tenha achado números ligeiramente divergentes na pesquisa em bases de dados na web, é possível afirmar que, de uma listagem de cerca de 195 países e territórios, que possuem alguma extensão litorânea banhada por oceano ou mar, o Brasil está situado na 16ª posição, numa escala que ordena as nações ou territórios pela relação entre a área total e a extensão litorânea existente. Não é pouca coisa, temos muito litoral de água salgada, e todo ele do mesmo oceano. Em outras palavras, vamos muito à praia, tomamos muito banho de mar, nos expomos muito ao sol, o mar é uma presença forte em nosso imaginário e em nossa cultura. Pelas pesquisas que fiz, há apenas cerca de 45 países no mundo que não possuem nenhuma extensão litorânea, como é o caso do Paraguai e da Bolívia, nossos vizinhos na América Latina.

Esta situação de tamanha exposição à faixa litorânea com o Oceano Atlântico talvez explique uma abundância desmedida de prédios com a sílaba MAR em sua composição. São sempre palavras curtas, em uma moda que um tanto já passou, mas que até aparece em edifícios recentes, das classes populares. Conforme se pode ver no repositório de fotos indicado ao final, temos Edifício Isamar, Edifício Hilmar, Edifício Benomar (na Azenha), Edifício Lemar (no Bairro Rio Branco), Condomínio Sulmar, Edifício Mar (no Bom Fim), Edifícios Usmar I e Usmar II, Edifício Liamar, Ed. Jamar, Ed. Pinamar, Ed. Lamar, Ed. Josemar, Edifício Sandramar, e muito mais. Como fica evidente, sempre a sílaba MAR entra como sufixo. E deixo de fora aqui o que já tratei em artigo anterior, que são nomes de homens a designar prédios, e onde temos Edifício Ademar ou Edifício Leomar. E para enfatizar o interesse pelas águas, tanto doces quanto salgadas, achei o Edifício Riomar.

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