Os cativos
Na Argentina e no Chile, principalmente, o tema da “cativa” é recorrente desde o romantismo de Echeverría e parece ter chegado com força ao séc. XXI. É uma figura histórica que, ao que eu saiba, nunca figurou na literatura rio-grandense. Mas, nos países hispânicos, é tema regular desde o romantismo a imagem da cautiva capturada pelos malones dos índígenas pampianos.
Começa em Echeverría, passa por Juan de San Martin, entra nas canções de Ariel Ramirez e Félix Luna e, recentemente, figurou num romance que chegou ao Man Booker Prize em 2020, As aventuras da China Iron (editora Moinhos), que narra nada menos que a fuga para os territórios indígenas da esposa infeliz de Martín Fierro. No antimodelo feminista neo-romântico desse romance, nada daquilo de louvar as mujeres robadas. Há, por outro lado, uma busca idealizada por uma vida de liberdade entre indígenas libertários.
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