Bate-papo sobre primeiros livros impressos na América Latina

Cylene Dallegrave conversa com Fernanda Verissimo nesta terça (2/7), das 19h às 22h, sobre primeiros livros impressos na América Latina, no Atelier Livre do Centro Municipal de Cultura. A entrada é gratuita mediante inscrição. Entre os muitos ofícios e artes praticados nas missões jesuíta-guarani, a impressão é um dos menos conhecidos. Entre 1700 e 1727, oficinas missioneiras imprimiram pelo menos 29 títulos, entre panfletos, livros religiosos e gramáticas. Alguns exemplares desses livros sobreviveram e, ainda que raros, podem ser encontrados ainda hoje em bibliotecas públicas e privadas na América Latina, Estados Unidos e Europa. Esses livros, escritos em grande parte em língua guarani, seguiam as convenções tipográficas da época e, apesar da dificuldade de produção, são exemplo do engenho de jesuítas e indígenas guaranis que criaram prensas e caracteres móveis e imprimiram, longe das cidades coloniais, alguns dos primeiros livros da América do Sul. Além das vinhetas e detalhes ornamentais presentes em quase todos os livros, ao menos um desses títulos, de 1705, apresenta uma série de gravuras baseadas em ilustrações de livros europeus contemporâneos. As pesquisadoras vão falar sobre a produção tipográfica das Missões, mostrando estas gravuras e outros detalhes das ilustrações encontradas nos títulos ainda existentes. Fernanda Verissimo é jornalista, tradutora e doutora em História pela Universidade Paris Sorbonne, onde defendeu tese sobre as impressões missioneiras sob orientação do historiador Luiz Felipe de Alencastro. Em 2018, traduziu e editou o livro Nicolas I, Rei do Paraguai e Imperador dos Mamelucos (Ed. UNESP, coleção Pequenos Frascos), e sua tese de doutorado será publicada ainda neste ano em uma cooperação entre EDUSP/Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin. Terça das 19h às 22h