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Festival Arte como Respiro – Cênicas traz circo, dança, teatro e performance

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Festival Arte como Respiro – Cênicas traz circo, dança, teatro e performance Mulher do Fim do Mundo. Foto: Ale Catan/Divulgação

De 7 a 11 de outubro, às 20h, o Itaú Cultural realiza mais uma programação do Festival Arte como Respiro – Edição Cênicas. Neste novo recorte, a grade traz todos os espetáculos voltados para o público adulto, uma vez que todas as atividades para os pequenos integram as ações especiais que o instituto realiza separadamente em comemoração, durante mês, ao Dia das Crianças.

Neste primeiro bloco de outubro, o público acompanha 18 espetáculos de dança, teatro, performance e circo, com artistas da Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Todos ficam disponíveis no site da instituição por 24 horas para serem assistidos virtualmente.

A edição abre na quarta (7/10), com uma programação dominada pela dança, a performance e a presença da linguagem circense. Este é o caso de Rede de Pulgas, das artistas cearenses Gabriela Jardim e Lívia Soares, que partem do circo tradicional para mostrar, como as artistas autônomas estão revivendo e recriando composições cênicas no espaço recortado do isolamento, a casa.

O lugar de morar é também o ponto central do quadro de dança Menina em Casa, da carioca Amanda Gouveia. Identificando-se como uma mulher autônoma que aproveita sua privilegiada quarentena para se reinventar dia a dia, ela usa, como diz, a leveza de sua menina interior e a ousadia nos detalhes para abraçar um novo amigo, o autocuidado.

Drica Rocha, da Bahia, por sua vez, conduz a performance Entre o Fechar e o Abrir dos Olhos. Nela, a artista e arte-educadora parte da poesia, do olhar e da janela para fazer um desabafo do corpo preso no isolamento social e assim encontrar, entre ruínas, formas de transformação a partir da movimentação das suas edificações internas.

A noite fecha com o espetáculo Mulher do Fim do Mundo: Manutenção e Criação em Cena, da Cia Nau de Ícaros, de São Paulo. Inspirado pela música homônima de Elza Soares, a apresentação busca encontrar na relação entre arte e cotidiano as camadas subjetivas do universo feminino, em especial no que diz respeito ao assolamento de atividades e tarefas da mulher contemporânea.

Na quinta (8/10), as questões de gênero costuram as exibições do festival, a partir da abertura com Esmea, dos paulistas Leonardo Cuspamos e Lucas Andrade. Nele, os personagens F e C viveram um grande amor, mas após o fim do romance F ficou em total estado de solidão, relendo escritos e relembrando os momentos que viveu com C. Por sua vez, a cena teatral Filho Homem, do carioca Bernardo de Assis, aborda as diferenças e proximidades entre dois irmãos: um criado para ser homem e outro criado para ser mulher.

Em #ressignifiCASA – Cozinha, o multiartista Murilo Toledo, também de São Paulo, faz uso da dança, acrobacia e interpretação para tratar das emoções em meio a um processo de término, logo na chegada da quarentena, de um casamento homoafetivo marcado por padrões heterocisnormativos – o vídeo integra uma série de três produções, e as outras duas partes serão exibidas no perfil do Instagram do artista (@murilotoledo).

A temática permanece em Cruz Credo, do Coletivo Emaranhado, do Espírito Santo, que trata das retaliações sofridas pelo corpo-vivência de um humano negro, cisgênero e gay em espaços sociais nos quais esteve inserido em sua adolescência: família, escola, igreja e trabalho.

A noite conta, ainda, com o espetáculo O Hétero, do Rio de Janeiro. Neste monólogo bem humorado, o personagem Fulano de Tal, vivido por Zé Wendell, é um nordestino, artista, homem comum, que sai em uma jornada de autoconhecimento e aceitação de si, trazendo, junto, a pluralidade da cultura popular e flertando com a cultura do repente, do cordel e das influências midiáticas da televisão na década de 1990 até os dias de hoje.

A sexta (9/10), é capitaneada por produções que mergulham na linguagem circense para abordar desde questões ligadas a padrões físicos até traços psicológicos que se escondem por trás de personagens que camuflam seus sentimentos.

O palhaço, ator e bailarino paulista André Doriana abre a programação com Chàrlá Táon – O Contorcionista. Nele, o palhaço faquir Chàrlá “co(n)vid(a)-19” a descobrir qual a cor, a textura e o movimento das transformações que a pandemia tem provocado no mundo, ensinando um antídoto milenar contra a dor: o riso. O Melhor Trapezista de Todo o Mundo, da gaúcha Cia Fundo Mundo, faz uma sátira aos números clássicos de acrobacia aérea, em que acrobatas magros, fortes e cisgêneros demonstram uma confiança exorbitante.

O solo Pontos de Vista de Um Palhaço fecha a programação do dia, colocando o ator Daniel Warren, de São Paulo, na pele de um palhaço que busca ajuda em uma sessão de terapia online. Adaptação teatral para o vídeo do romance homônimo do alemão Heinrich Boll, ela parte da relação descontraída com o público para refletir sobre as máscaras sociais, desnudando aspectos ora dramáticos ora absurdos neste retrato profundo da natureza humana.

As apresentações do sábado (10/10) reúnem projetos pensados e criados a partir do momento atual de quarentena, levando para o digital novos formatos e reflexões deste período.

A noite abre com Um Passinho de Cada Vez, de Marzia Zambianchi e Olivia Orthof, do Distrito Federal. Realizada durante a suspenão social por alunos circenses, a videodança parte da dança carioca do passinho para estimular a criatividade neste período em que um tempo ocioso foi brutalmente injetado em muitas rotinas.

O primeiro bloco de outubro termina no domingo (11/10), projetos levam à cena reflexões sobre as relações criadas pelo indivíduo consigo, com o mundo e com os outros para o site do Itaú Cultural.

O paulista Toque de Quarentena traz o registrou em vídeo de uma cena performática do casal Livia Vilela e Cezar Siqueira realizada durante o período atual, que expressa, por meio do movimento, a experiência do isolamento e seus efeitos nos corpos. Este jogo físico, que alterna distanciamentos e aproximações, metaforiza a cena social no chão de casa da dupla, fazendo, ainda, da sobreposição de imagens de seus próprios corpos um efeito multiplicador que propicia a única aglomeração possível no atual cenário.

Cruz Credo. Foto: Esteban Bisio/Divulgação
Luta Live. Foto: Luiza Palhares/Divulgação
Menina em Casa. Foto: Klaus Schmaelter/Divulgação

quarta-feira, 07 a 11 de outubro de 2020 | 20h00

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