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Fundação Força e Luz inaugura exposição “Entre Lugares”, de Pamela Zorn

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Fundação Força e Luz inaugura exposição “Entre Lugares”, de Pamela Zorn Detalhe da obra "Encenação", acrílica sobre tela, 2021/Divulgação

Depois dos sucessos de público Linhas Cruzadas e Revoage, que trouxeram mais de 1200 visitantes à Fundação Força e Luz, a terceira mostra da programação 2021 da instituição é Entre Lugares, de Pamela Zorn. A mostra fica aberta à visitação a partir desta terça-feira (3/8) até 4 de setembro, de terça a sexta, das 10h às 19h, e aos sábados, das 11h às 18h. 

Para visitas mediadas, com a própria artista e curadora, é necessário a inscrição no formulário disponibilizado na bio do mesmo Instagram da instituição @cccev_cultura.

Com uma atmosfera que evidencia a potência e sensibilidade latente da artista visual e arte-educadora, Entre Lugares convida a olhar para si e para o outro em um reflexo de espelho. Como o texto de apresentação da mostra descreve “Entre Lugares é uma indagação”. Um estudo sobre sua própria identidade, memória, e as linhas tênues entre o que estabelecemos, carregamos e o imposto a nós.

Natural de Três Coroas, interior do Rio Grande do Sul, filha de mãe descendente de alemães e pai negro, Pâmela teve seu primeiro contato com a pintura – técnica principal de seu trabalho – através de sua avó, que é artesã. O elemento pictórico veio a se tornar uma ferramenta de investigação da realidade, ao mudar-se para Porto Alegre, com o objetivo de cursar Artes Visuais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 

A pesquisa para Entre Lugares iniciou de um autorretrato em sangue menstrual feito para a mostra coletiva Artistas Mulheres: Tensões e Reminiscências, na Pinacoteca Ruben Berta. “Comecei a me questionar sobre identidade, como mulher negra de pele clara, filha de uma relação interracial”, explica.

A noção de pertencimento é provoacada tanto na autorrepresentação para discutir acerca do lugar do corpo mestiço/negro de pele clara no contexto social, como nas técnicas manipuladas pela artista: fotografia, desenho, e escrita subjetiva. “Também utilizei a leitura como inspiração, o livro Tornar-se Negro, de Neusa Santos Souza, é uma referência, e o Olho mais Azul, de Toni Morisson, é homenageado na obra principal dessa mostra, um políptico denominado “Esse solo é ruim para certos tipos de flores”, ressalta. 

Os caminhos de Zorn encontram os de Daniele Barbosa, pesquisadora, graduanda em História da Arte e curadora da exposição, por entre os espaços da UFRGS. “Quando me deparei pela primeira vez com o trabalho dela, fiquei impactada com a qualidade técnica. E o fato de falar sobre toda a questão da miscigenação no Brasil é algo que me atravessa profundamente”, destaca.

É notável o peso social que as investigações da artista trazem à tona. Elas também serão compartilhadas com o público através de ações como a oficina de pintura coletiva, cujos trabalhos resultantes serão anexados à obra principal, e áudios enviados pelo público, que ecoarão em um dos ambientes da mostra. “Pretendo com essa exposição trazer perguntas e não respostas. Mas, o que posso dizer que aprendi foi que investigar a mim e ao coletivo modificou meu olhar sobre mim mesma”, finaliza.

terça-feira, 03 a 03 de agosto de 2021 | 10h00 - 19h00

Edifício Força e Luz - Rua dos Andradas - 1223 Centro Histórico - Porto Alegre

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