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Menos1 Invisível estreia espetáculo de dança “Poemas Atlânticos”

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Menos1 Invisível estreia espetáculo de dança “Poemas Atlânticos” Foto: Kelson Barros/Divulgação

Poemas Atlânticos, nova criação do Menos1 Invisível – Núcleo de Dança, foi inspirado no pensamento do ensaísta, filósofo e poeta negro martinicano Édouard Glissant para abordar a necessidade de trânsito e cooperação inter-racial como forma de sobrevivência num mundo hostil ao diferente. O espetáculo estreia de 15 a 18 de julho, às 21h, com transmissão direta pelo canal do YouTube do Centro de Referência da Dança de São Paulo (CRDSP).

As discussões sobre imigração forçada, necropolítica e direitos humanos iniciadas em torno da obra Navio Negreiro (1840), do pintor pré-impressionista Willian Turner, que corajosamente denuncia o descarte criminoso de milhares de pessoas africanas escravizadas no século 19, também foram motor para o aprofundamento da pesquisa de criação.

Poemas Atlânticos traz à tona uma crítica à criação de muros – reais ou abstratos – e o desejo de celebrar a vida e a coexistência. Por meio da metáfora poética do Mar, desde as águas primevas, líquido amniótico de onde todos viemos, até a imensidão e mistério oceânicos para onde voltaremos, o elenco, composto por artistas pretos e brancos, idealiza e provoca um ‘pensamento utopia’ de habitar o mundo e fecundá-lo de imaginação para fazer caber a circularidade, a africanidade e outras cosmopercepções.

Entre travessias, passagens e transformações, o processo de criação sinalizou um gesto de apropriação de fala e de desconstrução de discursos eurocêntricos e coloniais presentes no corpo, na cena e nas relações de poder cotidianas.  “Escolhemos encarar e imergir nesses mares afro-atlânticos, em nossas histórias pessoais, incômodos e anseios relativos à ideia de africanidades e ancestralidades. Um movimento mais ao sul que, entretanto, não foge de novas fricções e conflitos”, pondera Cléia Plácido, que dirige e também integra o elenco do espetáculo.

Em cena, os sete bailarinos-criadores – Edi Cardoso, Felipe Cirilo, Mônica Caldeira, Paulina Alves, Rafael Carrion, Rafael Markhez e Cléia Plácido – contam com Hernandes Oliveira na criação da luz, Sandra-X e Valquíria Rosa, com participação de Pedro Peu, na composição da trilha sonora, e figurinos assinados por Samara Costa. Durante o processo de criação, tiveram Wellington Duarte como provocador dramatúrgico e Eduardo Fukushima e Pedro Peu na preparação corporal.

O espetáculo, que integra o projeto Mergulho, contemplado pela 28ª Edição do Programa Municipal de Fomento à Dança, seguirá em temporada ainda em julho (de 22 a 25), transmitida pela plataforma da Oswald de Andrade/Oficinas Culturais do Estado, e em agosto (dias 21 e 22), com apresentações presenciais, no Teatro Flávio Império.

quinta-feira, 15 a 15 de julho de 2021 | 21h00

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